ATA DA QUINQUAGÉSIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
23-12-2009.
Aos vinte e três dias do mês de dezembro do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Beto
Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, João Pancinha, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr.
Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João
Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”,
do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Carlos
Todeschini e à vereadora Fernanda Melchionna, que relataram suas participações,
em Representação Externa deste Legislativo, na COP 15 – Conferência da
Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas –, em Copenhague, na
Dinamarca. Também, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o
senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Beto Moesch, que relatou
sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia vinte e
sete de agosto ao dia dois de setembro e nos dias cinco e seis de novembro do
corrente, em Encontros da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio
Ambiente – ANAMMA –, respectivamente nos Municípios do Rio de Janeiro – RJ – e
São Bento do Sul – SC. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Às dez horas e nove minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e dez minutos,
constatada a existência de quórum. Após, foi apregoada a Emenda nº 08, de
autoria dos vereadores Ervino Besson e Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT,
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 185/09 (Processo nº 3929/09). Também, foi
apregoada a Emenda nº 01, de autoria da vereadora Maria Celeste, Líder da
Bancada do PT, ao Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do Executivo nº 023/09
(Processo nº 3544/09). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos
de Resolução nos 040 e 027/09. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 005/09, e o Projeto original, após serem encaminhados à votação pela
vereadora Maria Celeste e pelo vereador João Antonio Dib. Em prosseguimento,
foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo,
solicitando alteração na priorização para a Ordem do Dia da presente Sessão. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
095/09. A seguir, a vereadora Sofia Cavedon e o vereador Valter Nagelstein
manifestaram-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 252/08 (Processo nº
6180/08). Também, foi apregoada a Emenda nº 07, de autoria do vereador Haroldo
de Souza, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 252/08.
Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Haroldo de Souza,
solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 252/08. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
do Legislativo nº 252/08, o qual, após ser discutido pelos vereadores Carlos
Todeschini, Beto Moesch, Sofia Cavedon e Engenheiro Comassetto, teve sua
discussão suspensa. Na ocasião, a vereadora Maria Celeste apresentou
Requerimento, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da discussão do
Projeto de Lei do Legislativo nº 252/08, Requerimento esse posteriormente
retirado pela autora, após ser encaminhado à votação pela vereadora Maria
Celeste. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou as presenças, neste
Plenário, do senhor Zulmir Ivânio Breda, Secretário-Adjunto da Secretaria
Municipal da Fazenda, e da senhora Teresinha Casagrande. Também, o vereador
Valter Nagelstein e a vereadora Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do
pronunciamento da vereadora Sofia Cavedon durante a discussão geral do Projeto
de Lei do Legislativo nº 252/08. Às dez horas e cinquenta e nove minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e dois
minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, o senhor
Presidente informou ter sido acordado que o Projeto de Lei do Legislativo nº
252/08 seria apreciado posteriormente. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 125/09,
considerando-se prejudicado o Projeto original, após serem discutidos pelos
vereadores Adeli Sell, Marcello Chiodo, Alceu Brasinha, Sofia Cavedon e Aldacir
José Oliboni. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 03, de
autoria do vereador Engenheiro Comassetto e da vereadora Maria Celeste, Líder
da Bancada do PT, e 04, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto e das
vereadoras Fernanda Melchionna e Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 038/09 (Processo nº 5247/09). Também, foi
apregoado Requerimento de autoria da vereadora Maria Celeste, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos
01, 02, 03 e 04, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/09. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 038/09, o qual, após
ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, Fernanda Melchionna, Ervino Besson, Alceu Brasinha, Carlos
Todeschini, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Nilo Santos, Engenheiro Comassetto,
Maria Celeste, Elias Vidal, Beto Moesch, Mauro Pinheiro, Alceu Brasinha, Airto
Ferronato, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Dr. Thiago Duarte e encaminhado à
votação pelos vereadores Mauro Zacher e Carlos Todeschini, teve sua votação
suspensa. Na ocasião, o vereador Valter Nagelstein manifestou-se acerca dos
trabalhos e do quórum da presente Sessão, tendo-se manifestado a respeito o
vereador Haroldo de Souza. Às doze horas e três minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às doze horas e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. Também, os vereadores Valter Nagelstein,
Nilo Santos, Maria Celeste, Sofia Cavedon, Airto Ferronato, Aldacir José
Oliboni, Pedro Ruas e Engenheiro Comassetto manifestaram-se acerca do
pronunciamento do vereador Engenheiro Comassetto durante a discussão geral do
Projeto de Lei do Executivo nº 038/09. Ainda, foi apregoado Requerimento de
autoria dos vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Pedro Ruas e Sofia Cavedon,
solicitando nova convocação, pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e
do MERCOSUL, do senhor Christiano Roberto Tatsch, Secretário Municipal da
Fazenda, com agendamento prévio, possibilidade de participação de todos os
vereadores e acesso à imprensa, tendo o senhor Presidente determinado que o
referido Requerimento fosse encaminhado à Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do MERCOSUL. Às treze horas e quarenta e dois minutos, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo vereador Nelcir Tessaro. Do
que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo
único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Tempo Especial, para fazer uma prestação de contas da sua viagem a Copenhague,
onde representou esta Casa, juntamente com a Verª Fernanda Melchionna, no
encontro que tratou de uma questão importantíssima para o mundo, que é a
questão climática.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, pessoas que nos acompanham pela TV Câmara e pela Rádio Web; o
relato que vamos fazer aqui é sobre a participação na COP15. Um importante
encontro, conforme referenciou o nosso Presidente, realizado nas duas primeiras
semanas de dezembro. Nós tivemos a oportunidade de participar dos eventos, do
dia 10 ao dia 16, na cidade de Copenhague. Sem dúvida, este é um assunto que,
ao contrário do que a imprensa divulgou, que, de um lado criou uma expectativa
que os problemas do mundo seriam resolvidos em Copenhague, e, de outro, durante
o evento e após o evento, disse que nada se resolveu; não foi nem uma coisa nem
outra.
Esse encontro foi organizado pela ONU, pelo Governo
da Dinamarca e também pelo UNFCCC, uma instituição ligada à ONU, que tinha a
incumbência de organizar o evento.
De uma parte, aquilo que foi relatado pela imprensa
também corresponde aos fatos, como, por exemplo, a grande dificuldade da
participação de governantes, de autoridades locais, de lideranças e
representações das ONGs, que tiveram extrema dificuldade de acessar o espaço da
COP15, que se realizava no Bella Center. Isso se deu porque foram aceitas
inscrições de 46 mil delegados, e o espaço comportava 15 mil. Esse foi o motivo
dos grandes tumultos e dos choques principais com a polícia, porque o assunto
foi tratado e foi resumido às reuniões de Chefes de Estado; a sociedade civil e
as ONGs foram menosprezadas na participação. A Conferência transcorreu
representando os interesses dos Estados Unidos, Norte da Europa e da China - os
grandes poluidores -, e a sociedade civil ficou muito à margem, quase excluída
do processo. Se não fosse o fórum paralelo, o Klimaforum, que representou e
reuniu a sociedade civil e teve um protagonismo muito importante, porque foi do
Klimaforum - que é um fórum paralelo também reconhecido e legitimado pelos
organizadores - que se organizou a marcha dos cem mil, no dia 12, da qual
tivemos oportunidade de participar - eu e a Verª Fernanda -, e em que algumas
questões foram colocadas com muito realce, como, por exemplo, de que não existe
um “Planeta B”, que é necessário salvar este planeta, que é o nosso planeta.
Durante todo o encontro, foram significativas, por exemplo, as denúncias e
clamores de autoridades de Estados ou lugares que estão sendo engolidos pelo
mar, dada a elevação do nível do mar, como Tuvalu, por exemplo, que é uma ilha
da Oceania que terá os primeiros mil refugiados ambientais do planeta, porque
sua terra está desaparecendo.
Mas não é só, outros elementos significativos que
ouvimos como denúncia, como, por exemplo: se o nível do mar subir meio metro, a
foz do Nilo terá três milhões de desabrigados, porém, se subir um metro, o
número será elevado para oito milhões de desabrigados.
E temos que enfrentar este tema centralmente,
principalmente no combate ao uso dos combustíveis fósseis, particularmente
petróleo e carvão, que é o grande gerador da degradação ambiental.
Para concluir, Sr. Presidente, este é um debate que
apenas se inicia na COP15, ao contrário do que a grande imprensa diz, de que
não resolveu nada; não, este tema ocupará as plataformas de Governos, ocupará
os debates nos Parlamentos, entrará nos currículos escolares e será uma
prioridade das ONGs, que será um assunto, também, de toda a sociedade civil
mundial, porque salvar o planeta é uma obrigação de todos nós.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Todeschini, posso, Presidente?
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já terminou o tempo, mas concedo a V. Exa.
O Sr. Pedro
Ruas: Apenas registrar que é importante que conste também da avaliação de V.
Exa e da Verª Fernanda, e a par do resumo que nos traz muito bem V.
Exa, um balanço, aquilo que poderá significar para a humanidade,
cumprido ou não, o que foi decidido no COP15 em Copenhague. Parabéns pela
exposição. Obrigado, Vereador.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, Ver. Pedro Ruas. Para concluir, o significado é
justamente isso, é o primeiro degrau de uma grande escada a ser escalada, é o
primeiro passo de uma grande caminhada. Este assunto está na agenda do dia,
está na agenda do mundo. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Todeschini. Faço um apelo às
Bancadas. Vou conceder tempo à Verª Fernanda, também, para prestar contas da
viagem. Faltam três Vereadores ainda para dar quórum para a Ordem do Dia. Faço
um apelo às Bancadas que, por favor, contribuam para o registro das presenças.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Tempo Especial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, a
Conferência de Copenhague, da qual eu e o Ver. Todeschini estivemos
participando, era um marco do ponto de vista da esperança dos povos do mundo
inteiro.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu não
quero atrapalhar, Verª Fernanda, eu só gostaria que, em algum momento,
constasse algum tipo de balanço, e o que podemos esperar, nós, do planeta. Só
isso, obrigado.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Exatamente, Ver. Pedro Ruas, porque, do ponto de
vista político, nós sabíamos os grandes desafios que eram esperados em
Copenhague, Ver. Todeschini. O Protocolo de Kyoto perde a sua vigência em 2012,
já era um Protocolo tímido, Ver. Pedro Ruas, que tratava o direito de poluir
como uma mercadoria a ser comercializada entre países, e uma meta de redução de
5,2% das emissões de CO², que, em relação ao nível de 1990, elevaria - se fosse
cumprida, mesmo o Protocolo de Kyoto, Ver. Maurício, que os Estados Unidos não
assinou e não cumpriu - o aumento da temperatura média do planeta Terra em três
graus Celsius. Nós fomos para Copenhague repletos de expectativas, primeiro, de
sermos ouvidos; segundo, de que houvesse um acordo concreto, peremptório, com
os prazos para a redução das emissões dos gases poluentes, para que houvesse um
tribunal internacional do clima, para poder punir aqueles países que emitem
mais gases do que os acordos deveriam prever. E, lamentavelmente, nós vimos que
a Conferência oficial foi uma Conferência armada entre os países Norte-Norte,
uma Conferencia marcada pela hegemonia dos países poluentes, e digo mais, das
multinacionais que se encontravam reunidas em Copenhague para discutir - como
não sairia nenhum acordo concreto para reduzir suas emissões - se encontravam
reunidos em Copenhague para discutir como disputarão os fundos de 30 bilhões,
que deveriam servir para a reversão de tecnologia, para que os países
subdesenvolvidos, terceiro-mundistas, em desenvolvimento, pudessem mudar a sua
matriz energética a partir da ciência e da tecnologia para o que já existe
pesquisa.
Eu e o Ver. Todeschini vimos em Copenhague um carro
movido a hidrogênio, nada poluente, mas que o nosso País e a maioria dos países
não têm tecnologia, porque a mercadoria, o meio ambiente também se tornou uma
mercadoria, no sentido das patentes, no sentido do desenvolvimento tecnológico
dos países desenvolvidos, e não um objeto ou objetivo que tem que ser
perseguido pelo mundo inteiro. Portanto, na Conferência oficial, além do
desrespeito às delegações inteiras - a delegação africana se retirou do evento
pelo desrespeito com que a ONU tratou seus delegados -; o desrespeito com que
foram tratados os enviados de Tuvalu, a primeira ilha a desaparecer em menos de
oito anos do Planeta, por culpa do aquecimento global, foi uma marca do evento
oficial, assim como o signo de Copenhague é um fracasso do ponto de vista
internacional, do compromisso das lideranças, da responsabilidade com o meio
ambiente, nós vimos o nascer de uma outra esperança, esse nascer de uma outra
esperança não estava, Ver. Pedro Ruas, lá dentro do Bella Center, com os líderes
mundiais que capitulam aos interesses das grandes corporações, estava nas ruas
de Copenhague, estava nos movimentos sociais de Copenhague, estava na juventude
que tomou as ruas de Copenhague, marcando uma nova década, marcando uma nova
era, que é a era das mobilizações, das Organizações Não Governamentais, dos
jovens, do Klimaforum, que foi um importante evento - e vou dar relato também
-, tomando as ruas de Copenhague para dizer que o nosso clima não é o seu
negócio, dizendo que não existe “Planeta B” na hora em que o planeta Terra
estiver superaquecido e dizendo, sobretudo, que se é para alguma coisa mudar,
que se mude o sistema, mas que não se mude o clima, porque a juventude não
aceitará - e os povos pobres também, porque esses é que pagarão a conta da
crise ambiental -, pagar a conta dos superaquecimento da terra, do calor, da
falta de água potável, porque as previsões são catastróficas. As previsões que
nós pegamos nos relatórios oficiais, Ver. Todeschini, e ouvimos nas palestras,
são alarmantes. O índice de migrados refugiados do clima, hoje, já chega a 430
mil pessoas, segundo dados do Greenpeace que nós obtivemos numa palestra. São
dados alarmantes, que, certamente, se essa lógica continuar, só aumentarão.
Também participamos de três eventos muito importantes,
e aí vou concluindo, Presidente. O primeiro foi da rede ecossocialista, que
pautava a necessidade de a produção não ser voltada para o lucro de alguns e,
portanto, o meio ambiente, que faz parte dessa premissa como matéria-prima, o
que, nessa lógica do sistema capitalista, será um desastre, segundo os
ecossocialistas.
Para concluir, Ver. Sebastião Melo, queria dizer de
uma visita que fizemos a Malmö, com o ICLEI, com a Anamma, com instituições
importantes que nos mostraram uma cidade sustentável, mostrando que já existe
tecnologia para energia solar, para reuso de água, já existe tecnologia para os
telhados verdes, para o carro a hidrogênio, o problema é que a lógica do lucro,
a lógica da produção desenfreada, esse modelo predatório capitalista levará a
humanidade ao superaquecimento e não àquilo que nós esperávamos em Copenhague.
Portanto, quero dizer que há uma esperança em
Copenhague, ela não nasceu do Bella Center, ela nasceu das mobilizações e da
rua.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Srs. Vereadores, eu vou conceder a palavra ao Ver.
Beto Moesch, também para relato de viagem, e vou avisar ao Plenário o seguinte:
nós combinamos que a Sessão seria às 9h30min e todos eram sabedores disso. Vou
chamar à Ordem do Dia logo em seguida, e, se não houver quorum, eu não vou
chamar nova Sessão Extraordinária, volto às 14h, e a Câmara vai votar somente
hoje, não votará mais, portanto, o acordo feito é o acordo que será resgatado.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Tempo
Especial.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
representamos esta Casa, com muita honra, em dois eventos. Um, no Rio de
Janeiro, que foi o encontro nacional da Anamma - Associação Nacional de Órgãos
Municipais de Meio Ambiente. Lá, no mês de agosto, além do encontro, debatendo
qual a participação dos Municípios frente às demandas e à preservação ambiental
no País e que tem como um dos principais entraves, no amadurecimento desse
processo, a falta de regulamentação do art. 23 da Constituição Federal. Esse
artigo, em forma de diretrizes, estabelece as obrigações dos entes federados
para com o meio ambiente. E o parágrafo único desse artigo remete a uma Lei
Complementar regulamentadora para que se defina, de forma muito clara, as
competências dos três entes. Até hoje, na Constituição de 1988, esse
dispositivo não foi regulamentado, muitas das confusões, dúvidas, incertezas e
inseguranças com relação à gestão ambiental se deve a não regulamentação do
art. 23 da Constituição Federal. O projeto de regulamentação está tramitando no
Congresso Nacional, e nós já debatemos muito esse assunto, inclusive aqui em
Porto Alegre, quando realizamos um grande seminário, em março de 2008, no qual
participou, inclusive, o Presidente, Ver. Sebastião Melo, juntamente com o Dr.
Raul. E ali se deu um processo para acelerar a regulamentação desse artigo, mas
ele não foi regulamentado até hoje. Esse foi o principal debate do Encontro
Nacional da Anamma no Rio de Janeiro, além da eleição dos seus novos
dirigentes. E conseguimos, por meio do Valtemir
Goldmeier, a representação do
Rio Grande do Sul na Diretoria da Anamma nacional. Nós conseguimos constituir a
Anamma Rio Grande do Sul apenas em março de 2008, e, em virtude disso, fomos a
São Bento do Sul, uma cidade do interior de Santa Catarina, quase limite com o
Paraná, para participar do Encontro da Região Sul da Anamma. Nesse Encontro, os
Municípios de maior porte apresentaram, juntamente com os Municípios de menor e
médio porte, suas experiências com relação à gestão ambiental. E quais são os
principais dramas com relação à gestão ambiental dos Municípios? Primeiro, a
autonomia do Município para com a gestão ambiental. Com essa autonomia, o
Município não depende nem do Estado nem da União, porque já está estabelecido,
pela Lei nº 6.938/81, que institui a política nacional do meio ambiente, a
autonomia do Município para licenciar, fiscalizar, monitorar, criar unidades de
conservação, fazer educação ambiental. Mas há, ainda, uma resistência muito grande,
principalmente dos Prefeitos, em assumir a gestão ambiental plena dos seus
Municípios - isso de uma forma geral, em todo o País. Dos 5.500 Municípios
brasileiros, apenas quinhentos e poucos têm autonomia para licenciar,
fiscalizar, monitorar e fazer a gestão plena com relação aos recursos naturais
e com relação a todas as formas de poluição; portanto, somente 10% dos
Municípios, Ver. Haroldo de Souza.
Então, nesses encontros, Sr. Presidente,
conseguimos também levar muito da experiência de Porto Alegre com relação à
gestão ambiental, porque Porto Alegre foi o primeiro Município a assumir a
gestão plena do meio ambiente, através da gestão Municipal, já em 1976. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à
Solicito aos Srs. Vereadores que compareçam na
presidência dos trabalhos, para que possamos, juntos, decidir o ordenamento de
votação dos Projetos. (Pausa.)
Srs. Vereadores, agradeço pela colaboração de cada
Bancada. Solicito que os Srs. Vereadores retornem às suas bancadas e passo a
informar as decisões coletivas que tomamos aqui: primeiro, hoje, vamos encerrar
os trabalhos da Casa, até porque esta Casa está realizando a 50ª Sessão
Extraordinária, voltaríamos à tarde para as votações, mas, no entendimento das
Bancadas, poderemos fazer um mutirão, até às 14 horas, no máximo, encerrando as
votações.
Em segundo lugar, quero informar que temos que
eleger hoje...
Srs. Vereadores, por favor! A Sessão está suspensa.
Quando reinar silêncio no Plenário, volto a reabri-la.
(Suspendem-se os trabalhos às 10h09min.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 10h10min):
Estão reabertos os trabalhos.
Quero informar o Plenário que, durante esta Sessão,
nós elegeremos o 2º Vice-Presidente da Mesa, os Presidentes e Vice-Presidentes
das Comissões temáticas. Para facilitar a Sessão do dia 4 de janeiro, eu sugiro
que se providencie, ainda hoje, a Comissão Representativa; assim na Sessão do
dia 4, faremos apenas a transmissão dos cargos. Também sugiro que as Lideranças
de Bancadas sejam indicadas hoje. Se pudermos resolver tudo isso hoje - é uma
sugestão - senão fica para o dia 4, mas acho mais adequado o dia de hoje. No
mínimo, nós temos que eleger hoje as Comissões e o 2º Vice-Presidente da Casa.
Apregoo a Emenda nº 08, de autoria do Ver. Ervino
Besson, ao PLL nº 185/09.
Apregoo a Emenda nº 01, ao Substitutivo nº 01 ao
PLE nº 023/09, de autoria da Verª Maria Celeste.
Solicito que estas Emendas sejam distribuídas ao
Plenário.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5010/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/09, de autoria do Ver. João Antonio
Dib, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Edgardo Adrian Gitelman.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver.Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 040/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A relação dos Projetos a serem discutidos e votados
já foi distribuída a todos os Vereadores. Se tiverem dificuldade, falem com a
Diretoria Legislativa.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3896/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/09, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro,
que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre ao senhor Antônio Cesa
Longo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto.
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PR nº 027/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0957/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo e outros, que revoga leis complementares, leis ordinárias e
dispositivos dessas leis, de caráter autorizativo e de origem do Legislativo
Municipal, com sanção ou promulgação a partir de outubro de 1988. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
– art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCL nº 005/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.)
A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 005/09.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; um projeto
que revoga leis complementares, mas que, de fato, traz uma nova dinâmica para a
nossa Casa é extremamente importante quando trata dos projetos de caráter
autorizativo.
Esta Casa tem avançado em relação ao Regimento e,
por diversas vezes, nós temos aqui tentado otimizar, agilizar os tempos, tanto
do Plenário quanto da elaboração, da configuração e da votação, especialmente
de projetos importantes.
Nós tínhamos, aqui, uma discussão em relação aos
autorizativos no que tange e no que diz respeito à competência de o Vereador
autorizar o Prefeito a realizar determinada obra ou determinada situação,
projeto, programa no Executivo Municipal. Temos o entendimento de que um
autorizativo é apenas uma forma de o Vereador dizer que fez algo que pretendia,
ou uma ideia que havia elaborado, especialmente no que tange à execução daquilo
que a Prefeitura tem que fazer.
Tínhamos uma discussão aqui na Casa que nos remetia
a verificar se é mesmo atribuição do Vereador incidir sobre o Executivo local.
E, mais do que nunca, aqui vem a discussão da principal atribuição da Câmara
Municipal que é - não executar programa ou projeto; isso é tarefa do Executivo,
da Prefeitura, do Prefeito, dos Secretários - a fiscalização sobre os projetos,
programas, as questões que são pertinentes à Prefeitura Municipal.
Portanto, não permitir que se façam projetos
autorizativos vem em boa hora contribuir para que os Vereadores possam se
dedicar à sua principal referência, à sua principal atribuição, que é a
fiscalização. Ora, nós gastamos tempo em elaborar um projeto, na tramitação
desse projeto, no recurso humano, no funcionário da Casa, na Procuradoria, na
análise e no exame, para dizer que o Prefeito está autorizado a fazer algo que
é de sua atribuição?
Portanto, o precedente legislativo, que nós também
criamos na gestão do Presidente Sebastião Melo, vem otimizar o nosso trabalho,
e dizer também para todos nós Vereadores que a nossa tarefa não condiz com
autorizações ao Executivo. A nossa tarefa é fiscalizar aquilo que o Executivo
tem que realizar, fiscalizar se a Peça Orçamentária que aprovamos aqui
anualmente está sendo cumprida lá na prática, se o serviço da coleta do lixo,
se o serviço do transporte coletivo, se o programa da Secretaria de Educação,
da assistência social estão sendo efetivamente postos em prática de forma
condizente, especialmente com o orçamento aprovado. Essa é a tarefa de todos
nós aqui na Casa. Portanto, contribuindo com isso, a Mesa Diretora, com o
Vereador-Presidente Sebastião Melo, também fez uma compilação das leis, dando
conta de que existem leis completamente inócuas para a Cidade, e nós também
temos que fazer um esforço no sentido de otimizar os nossos trabalhos.
O Ver. Pujol, Relator pela CCJ, teve o cuidado de
fazer uma análise mais apurada. Quero saudar a sua competência, Ver. Pujol. Sei
que não precisaria fazer isso, mas, neste momento de final de ano, no apagar
das luzes, acabamos, por vezes, votando projetos com algumas incorreções, e V.
Exa teve o cuidado, junto com a sua assessoria, de analisar, uma a
uma, as propostas de leis que estão sendo revogadas. Teve o cuidado, inclusive,
de verificar que algumas leis não podem ser revogadas, e apresentou uma Emenda
que teve toda a nossa concordância no sentido de que algumas leis, de fato, não
condizem com o Projeto. Quero saudar o seu trabalho e o seu cuidado, porque a
Câmara também tem que ter esse olhar apurado, e V. Exa o teve neste
momento de intenso trabalho. Portanto, somos favoráveis à aprovação deste
Projeto que vem contribuir para a agilidade dos trabalhos na Câmara Municipal e
nos alertar que a principal tarefa de um Vereador na Câmara Municipal é a
fiscalização sobre o Executivo local. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Verª Maria Celeste. Quero apenas dizer,
Verª Maria Celeste, que acho que a Câmara está dando um passo muito importante,
porque autorizar o que o Prefeito já está autorizado a fazer, cá para nós,
penso que a Câmara tem mais coisa a fazer. Quero cumprimentar os grupos de
trabalho, principalmente a Rosi, que encaminhou essa matéria, e outros
servidores, porque eu acho que foi, sem dúvida alguma, um passo importante
entre tantos que esta Casa tem dado nos últimos tempos.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 005/09.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, acho muito
importante o Projeto de Lei Complementar aqui apresentado, porque, na
realidade, nós temos feito leis autorizativas de que o Prefeito não tem
necessidade, e temos perdido, às vezes, muito tempo. Eu tenho lembrança de que,
em 2002, perdemos, nada mais nada menos do que três Sessões Ordinárias, para
autorizar o Prefeito a uma coisa para a qual ele não precisava de autorização,
até porque já havia, na Cidade - eu não quero identificar o Projeto, para não
aborrecer o meu amigo que fez a apresentação dele -, medidas tomadas pelos
Prefeitos, talvez até por mim, como Prefeito, que não necessitavam de
autorização nenhuma. Nós discutimos isso durante três dias, falaram 36
Vereadores, ou seja, todos os Vereadores, porque quem não falou cedeu o tempo
para outro orador, e aí o Prefeito, ainda perdendo tempo, vetou a autorização,
é uma coisa que eu nunca tinha visto; mas ele vetou, e nós discutimos durante
mais dois dias para aceitar o Veto do Prefeito. Isso era absolutamente
desnecessário! Por outro lado, eu já vi apresentarem aqui projetos
autorizativos e projetos sancionados com pompas, honras e glórias no Salão
Nobre da Prefeitura, onde até me apresentei, pretendendo falar, e não me foi
permitindo falar. Então, não me sendo permitido falar, eu disse que, naquele
Salão Nobre, como Prefeito, eu havia recebido todos os que foram convidados e
alguns que espontaneamente compareceram, e a todos eu permiti que falassem. E,
já que não me permitiam falar, eu ia simplesmente me retirar. Retirei-me e acho
que estraguei um pouco a Sessão Solene que o Prefeito havia programado, para
sancionar um projeto autorizativo. Claro que, ao longo do tempo, eu vi os mais
estapafúrdios projetos autorizativos. Eu acho que essa é uma medida boa e chega
de autorizar o Prefeito àquilo que ele está autorizado. Quando quiserem, que
façam um Pedido de Providências, e aí, talvez, consigam resolver o problema.
Isso custa menos para o Município do que a confecção, a discussão e a votação
de uma lei autorizativa. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 01 ao PLCL nº 005/09.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLCL nº
005/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em virtude de a Verª
Fernanda ter dúvidas a respeito do Projeto sobre o
Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto
Alegre, solicito a inversão de ordem de votação dos
Projetos, deixando o PLCE nº 013/07 para o final.
Em votação o
Requerimento, de autoria desta Presidência, que solicita a inversão da ordem de
votação dos Projetos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2205/09 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 095/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que reserva para
os membros ativos da Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal 10% (dez
por cento) das unidades habitacionais dos empreendimentos habitacionais de
interesse social que tenham a participação do Executivo Municipal na sua
construção ou divulgação ou no seu processo de inscrição, seleção ou ingresso e
dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art.
81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº
095/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 6180/08 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 252/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera
dispositivos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações
posteriores, que disciplina o uso de
Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras
providências, e revoga o § 3º do art. 38 dessa Lei. Com Emendas nos
01 a 03. (desarquivado pelo Ver. Haroldo de Souza)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator Ver. Valter Nagelstein: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação das Emendas nos
02 e 03;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Pancinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos
01 a 03.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos ao PLL nº
252/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
eu solicito ao Ver. Haroldo que explique a principal mudança que ele propõe em
relação ao Mobiliário Urbano. Como não pudemos acompanhar todos os Projetos em
suas tramitações, pelo menos uma fala explicativa seria importante.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Haroldo,
V. Exa foi instado a falar a respeito do Projeto. (Pausa.)
Vereador-Líder do Governo, por favor, V. Exa pode explicar ao
Plenário?
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Explicarei
rapidamente, Sr. Presidente. Este é um Projeto que tramita na Casa há algum
tempo, Srs. Vereadores, e que, ao longo deste ano, tramitou em todas as
Comissões da Casa. Ao longo do trâmite nas Comissões, ele sofreu
vários aperfeiçoamentos e recebeu Emendas. Emendas do Ver. Beto Moesch, Emendas
do Ver. Carlos Todeschini, Emendas que nós compreendemos, Ver. Beto Moesch e
Ver. Todeschini, que aperfeiçoaram o Projeto. Portanto, nós somos favoráveis.
Além disso, também o Governo propõe um conjunto de Emendas que visam, da mesma
forma, a contribuir para o aperfeiçoamento do Projeto.
Existe hoje, na cidade de Porto Alegre, uma questão
de alguns lapsos na lei que precisa ser elidida, e é exatamente isso que se
propõe. Hoje nós temos, na SMAM, em torno de mil solicitações e pedidos que,
exatamente por força dessa sombra legal que existe, de algumas áreas de
sombreamento, não conseguem avançar. A proposição do Governo é aproveitar esse
Projeto de Lei, as Emendas que foram feitas pelos Srs. Vereadores e as Emendas
que foram trazidas pelo Governo, restringindo uma série de questões, e buscar a
elucidação disso. E, também Verª Sofia, preservando, como na Emenda do Ver.
Carlos Todeschini, as Áreas de Interesse Cultural, as áreas de parques e outras
questões, dando vazão a essa enorme demanda que existe, criando um marco legal
próprio, para que a autoridade pública e o poder discricionário do Governo
possam ser exercidos da melhor forma.
Então, nós acreditamos que o Projeto é positivo,
que o Projeto é bom e, por isso, encaminhamos pela sua aprovação, com as
Emendas de todos os Vereadores, do Ver. Todeschini, do Ver. Beto Moesch, e
também as Emendas do Governo, que têm o mesmo sentido de adequar àquilo que foi
aprovado no Plano Diretor agora. Eram esses os esclarecimentos que me cabiam,
Sr. Presidente, e espero ter atendido ao apelo da Verª Sofia Cavedon. Muito
obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Beto Moesch, V. Exa pode
complementar, V. Exa que foi Secretário da SMAM?
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, apenas para deixar claro que a Comissão de
Educação, Cultura e Esporte não avaliou este Projeto, porque, senão, eu saberia
e teria olhado, como faço com todos os Projetos que passam pela CECE. E quero
fazer uma solicitação a V. Exa, porque é um Projeto que trata de
cultura, porque, se são outdoors que
atingem a paisagem da Cidade, tem que passar pela Comissão de Educação, e eu
gostaria de que isso fosse corrigido no processo. E já que o Ver. Beto Moesch
vai trazer algumas informações, eu quero deixar aqui um questionamento. A praça
André Forster, todo o fundo dela é tapado por outdoors, o que fica muito feio, na minha opinião, para uma praça;
muito feio! Então, a minha pergunta é: esse Projeto está ampliando ainda mais a
invasão dos outdoors na Cidade,
poluindo a paisagem? A segunda pergunta: o que recebe o Município em
contrapartida por ter todos aqueles outdoors,
poluindo áreas de praça, como aquela que eu vi, e em outros espaços?
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Sofia, para uma questão de esclarecimento:
esta matéria, por tratar-se de Mobiliário Urbano, não é afeta à Comissão de
Educação, Cultura, Esporte e Juventude - CECE. Se há erro regimental ou não,
esta matéria não é afeta a esta Comissão. Por esta razão a matéria não tramitou
na CECE.
Verª Sofia, quero dizer a V. Exa que eu
tinha muitas dúvidas sobre esta matéria, como os Vereadores Braz, Beto, e o
Vereador Líder do Governo; portanto, eu dirimi as dúvidas, acho que o Projeto,
com as Emendas, merece a aprovação da Casa.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 252/08.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, realmente, este é um Projeto bastante
significativo, e trata da questão de alterar os dispositivos da Lei nº 8.279,
de janeiro de 1999, e alterações
posteriores, que disciplina o uso de Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários
no Município e dá outras providências, e revoga o § 3º do art. 38 dessa Lei. É
um Projeto bastante complexo, e nós, em conjunto - Governo, vários Vereadores,
e o Ver. Beto Moesch deu sugestões -, dedicamos-nos e produzimos uma Emenda que
sana alguns problemas de origem do Projeto.
Por isto, inclusive, nós
fizemos a Emenda nº 03, que diz o seguinte: “Assim como este Relator conclui que
a Emenda nº 01 exclui os vícios de legalidade apontados pela Procuradoria,
todavia, quanto ao mérito, este Relator discorda de certos aspectos do
Projeto”. A Emenda é bastante extensa, e produziu uma série de adequações e de
correções para que, no mérito, no conjunto, na legalidade, o Projeto pudesse
ser viabilizado. O Executivo também teceu análise e, no mesmo sentido, produziu
Emendas.
A nossa Emenda é bastante extensa, e trata,
basicamente, das questões de poluição visual, das questões de proteção de áreas
culturais, da questão desses dispositivos na orla na relação com o Código
Florestal, das áreas de preservação permanente, e de um conjunto de elementos
naturais que estão incluídos. Então, foi um esforço. Este Projeto é um de
origem polêmica, mas acreditamos, Ver. Valter, que com o aceite do Executivo,
creio que melhoramos bastante o Projeto a partir do conjunto de Emendas. Assim,
o Projeto está desta forma sanado, apto a ser aprovado. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, apregoo a Emenda nº 07, de autoria
do Ver. Haroldo de Souza, ao PLL nº 252/08, cujo teor é (Lê.): “Caberá à Equipe
do Patrimônio Histórico e Cultural - Epahc - a análise acerca dos impactos
resultantes da colocação de veículos de divulgação nas Áreas de Interesse
Cultural e a decisão quanto à possibilidade de instalação dessas mídias nessas
áreas, sob o aspecto cultural”. Solicito que seja distribuída às Bancadas.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLL nº 252/08.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro,
agradeço a deferência dos colegas que entenderam ser importante fazermos um
relato sobre este tema. Quero dizer que esta Emenda, agora apregoada, também é
boa, é positiva. Em 2001, quando já eram Vereadores o Braz, o Dib, o Pujol, o
Melo, o Oliboni e vários outros, foi realizado, no Plenarinho desta Casa, um
dos mais importantes eventos sobre o tema relacionado à mídia exterior, ao Mobiliário
Urbano, à poluição visual, e assim por diante. Não se recordam, quando, então,
se deu ali uma mudança profunda da Lei de 1989, que instituía as regras e a
tutela sobre a propaganda ao ar livre e ao Mobiliário Urbano.
Entendo que aquelas alterações não dialogaram
perfeitamente com a sociedade de uma forma geral, porque esse tema diz respeito
a vários profissionais e a várias atividades: empresas, tanto as que produzem
como as que elaboram o material gráfico; como arquitetos, publicitários, designers - enfim, uma gama imensa de
profissionais, e nós tínhamos, mal ou bem, uma lei que procurava disciplinar
isso.
É importante colocar, Verª Sofia Cavedon, que até o
momento de São Paulo fazer uma revolução urbanística, sob a administração do
Prefeito Kassab - colega seu de Partido, o DEM, Ver. Pujol -, a única cidade
que realmente tinha uma política e uma diretriz para regrar a propaganda ao ar
livre, no Brasil, era Porto Alegre, e, portanto, nós precisamos dizer que hoje
temos só duas cidades: São Paulo e Porto Alegre, por incrível que pareça! Se
formos em várias cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, com exceção de São
Paulo, verificamos uma quase inexistência de política para tutelar, para fazer
uma gestão com relação à propaganda ao ar livre.
Não vou citar aqui nomes de cidades, mas posso
citar estradas. Olhem a Estrada do Mar, olhem a freeway, na curva, onde tem um morro belíssimo, hoje está cheio de
propagandas; também quando vamos à Serra, em Gramado ou Canela, na estrada.
Isso não está mais ocorrendo em Porto Alegre, porque temos uma lei de 1989 que
regra isso, mas que principalmente a partir de 2002, em virtude das alterações
feitas na legislação, não que permitissem algumas coisas, mas fizeram com que
se retrocedesse num trabalho que era muito bom, que era apenas de colocar em
prática a lei existente - que é muito permissiva, mas que tem regras que
disciplinam, que procuram evitar conflitos.
Então, nós conseguimos, a partir de 2005, dialogar
com as empresas, e fizemos o primeiro e único Termo de Compromisso de
Ajustamento Ambiental, no Brasil, de publicidade, e conseguimos, então, passar
a colocar em prática a lei de 1989. É por isso, Verª Sofia Cavedon, que na
Praça André Forster, mesmo não tendo permissão de lei, existem aqueles
outdoors, por quê? Porque, durante muito tempo, não se cumpriu a lei. Isso tem
um tempo, não sei como está hoje, mas o Termo de Compromisso de Ajustamento,
que nós assinamos, estabelece períodos de curto, médio e longo prazo para o
cumprimento da lei, com o consentimento do Ministério Público, com as
compensações ambientais e com a contrapartida para a Cidade.
Concluindo, Sr. Presidente, coloquei tudo isso para
dizer, Ver. Valter Nagelstein, que este Projeto, na forma original, como veio,
com todo respeito, era muito ruim; com as Emendas ele fica bom, porque
desburocratiza - isso eu tenho certeza de que todos nós queremos -, mantém o
espírito da lei e, mais do que qualquer outra coisa, mostra que nós precisamos
fazer um seminário, um debate mais técnico deste tema em 2010, aqui na Câmara
de Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação, o Requerimento, de autoria do Ver.
Haroldo de Souza, que solicita a retirada da Emenda nº 06 ao PLL nº 252/08.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Registro a presença, no plenário, do Sr. Zulmir
Breda, Secretário-Substituto da Fazenda; também da Sra Teresinha
Casagrande, grande contribuidora da nossa discussão do Plano Diretor, e do
funcionário da Fazenda, querido amigo André; sejam bem-vindos à nossa Casa.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 252/08.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho muita confiança na avaliação
do Ver. Beto Moesch. Quero dizer que eu tenho muita dificuldade em aprovar este
tema sem olhar com cuidado item por item - lamentavelmente, porque a minha
Comissão ficou fora, não pude fazê-lo antes da Ordem do Dia -, porque o Ver.
Beto Moesch se refere a 2002. E, se não me engano, Vereador, foi uma grande
polêmica aqui uma Lei de autoria do Ver. Garcia, e eu me lembro de estar aqui e
de votarmos contra, por termos uma grande dificuldade - inclusive o Ver. Garcia
na época era da base do Governo -, pois liberava o uso das empenas cegas para
propaganda. Nós votamos contrários. A minha avaliação é que a Cidade está ainda
muito poluída, mesmo com todos os informes do Ver. Beto Moesch, dos TACs, dos
tempos e do enfrentamento que tem que ser feito, mas que não se consegue fazer
de imediato.
Esses dias, indo para Cachoeirinha, também me
assustei. A entrada para Cachoeirinha, que é uma Área de Preservação Ambiental
dos dois lados, que é alagado, está cheia de outdoors. É absurda a violência contra a paisagem, a interferência
na paisagem. As cidades que não têm regras, que não tem preservação da sua
identidade, da sua paisagem natural, que deixa interferir com o comércio, com a
venda de produtos, é uma cidade que se torna igual às outras. Aí tu entras numa
cidade e em outra e são os mesmos outdoors,
as mesmas propagandas. É escandaloso! Acho que este não é o destino que Porto Alegre quer para si. Eu tenho muita divergência, em vários
pontos, com o Prefeito Kassab, mas admiro demais o que aconteceu em São Paulo,
pois São Paulo humanizou, limpou a paisagem, apareceram os monumentos, apareceu
o perfil da Cidade com aquela lei radical. E nós não deveríamos liberar mais.
Eu sei, o Ver. Todeschini analisou, fez Emendas, acredito, sim, que essas
Emendas estão corrigindo, mas estamos confusos. Há várias pessoas analisando
aqui, e eu quero fazer um apelo, Ver. Presidente, para votarmos este Projeto no
final da Sessão, deixarmos um pouco mais à frente para podermos olhar artigo
por artigo, porque não podemos correr o risco de fazer uma nova liberação em
uma Cidade que deveria estar restringindo, na minha opinião. Nós deveríamos
avançar para uma legislação inclusive de padronização das tabuletas e anúncios
na frente das lojas e armazéns. O Ver. Beto Moesch, no domingo, descia a pé, de
Petrópolis ao Brique, e os próprios armazéns ali de Petrópolis penduram na
parede várias faixas, é uma coisa muito desordenada. Fica feio para a Cidade!
São faixas, é o churrasquinho na frente, é o resto do lixo do outro lado, a
calçada toda suja de gordura... Eu vinha descendo a Av. Protásio Alves, e onde
tem armazém fica cheio de gordura no chão, na calçada. Então, a gente não tem
cuidado com a cidade de Porto Alegre, e eu não sei se falta fiscalização ou
faltam regras, porque eu reconheço que não domino as leis que existem sobre
este tema na Câmara de Vereadores. Lembro-me muito do debate da empena cega, em
que a gente tentou restringir e houve uma liberalização na época.
Acho que esta Casa
tem que olhar a Cidade mais sob a perspectiva de qual a imagem queremos passar
para os nossos turistas, que imagem queremos que seja da subjetividade dos seus
habitantes. Eu não gostaria que a identidade dos nossos cidadãos fosse uma
marca, um produto para consumir. Não é este o Natal que queremos, não vamos dar
de presente de Natal mais poluição para a cidade de Porto Alegre. Tenho ainda
dúvidas se este Projeto não polui mais. Se eu tivesse aqui notícias de que ele
traria regras mais restritivas eu o apoiaria, mas as notícias que tenho aqui
regularizam irregularidades, e se é para ficar no mesmo lugar, eu não sei por
que estamos votando a lei. Então, confesso que não estou convencida, minha
Líder, de que nós devemos aprovar o Projeto, e gostaria que tivéssemos um tempo
maior para analisá-lo. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Ver. Valter e demais Vereadores, a Verª Sofia fez
uma sugestão, nós assumimos um compromisso de zerar esta questão aqui até às 14
horas, portanto, vamos enfrentar todos os Projetos; todos.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Queremos votar, Sr. Presidente, somos favoráveis às Emendas produzidas
pela Bancada do PT, pelo Ver. Todeschini, às Emendas produzidas pelo Ver. Beto
Moesch, aos encaminhamentos. E me assombra que a Verª Sofia tenha dito que
desconhece a matéria e que, a partir daí, tem uma posição, inclusive, egoísta
com relação à Cidade, porque a Cidade, a Prefeitura Municipal, a SMAM, que foi
consultada, a Gestão, o Epahc, por todos esses organismos o processo passou. Aí
ela sobe à tribuna, se confessa desconhecedora, e diz que precisa de mais
tempo! O assunto já está há dois anos...
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não vou admitir censura à minha posição! Censura, não! E julgamento, não! V. Exa discorde das
minhas posições, agora, não julgue e não censure!
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: O assunto já está há dois anos tramitando, passou por todas as Comissões
e nós compreendemos que é o momento de votar. O processo está na Ordem do
Dia...
A SRA. SOFIA
CAVEDON: V. Exa sabe que não passou pela CECE.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu apenas fiz uma consulta, eu não quero discutir o
mérito da matéria. Eu fiz uma consulta, se concordam ou se não concordam, vou
colocar em votação a matéria!
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Então, vamos votar, Presidente, por favor.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLL nº 252/08.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, prezados
colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, este tema do Mobiliário
Urbano merece a dedicação do Executivo Municipal o mais rapidamente possível.
Portanto, o Projeto de Lei que estamos discutindo aqui vem num bom momento para
nós fazermos esta discussão.
Agora, quero lembrar aqui a todos os colegas
Vereadores que há uma Emenda aqui do Líder do Governo que propõe aumentar o
prazo dos contratos, de cinco para 20 anos, que, em princípio, nós temos acordo
com esta Emenda. Mas eu quero relembrar aqui que este debate foi feito nesta
Casa no ano de 2001 e 2002. E a mesma orientação política que propõe esta Emenda,
hoje, naquele momento fez uma disputa na Cidade. Havia um Projeto do então
Prefeito, hoje Ministro da Justiça Tarso Genro, que propunha justamente, há dez
anos, orientar a Cidade nesse sentido, e, naquele momento, essa Emenda foi
derrotada. Quero fazer esse registro, porque oposição se faz com debate
qualificado e, quando a proposta é interessante para a Cidade, não tem que
derrotar só para derrotar um Governo - foi o que a base, que hoje é maioria,
fez naquele momento. Eu quero registrar isso, porque nós temos que fazer
política para a Cidade.
Eu vou aproveitar a oportunidade aqui, Ver. Valter
e Ver. Haroldo de Souza, porque o Ver. Haroldo de Souza acaba de entrar com uma
Emenda, a de nº 07, dizendo que, quando se trata do patrimônio cultural da Cidade,
remete que caberá à Epahc a análise acerca dos impactos resultantes da
colocação de veículos de divulgação nas Áreas de Interesse Cultural e a decisão
quanto à possibilidade de instalação dessas mídias nessas Áreas, sob o aspecto
cultural - acho que está bem, a Emenda está correta.
Agora, eu trago aqui uma mensagem - inclusive posso
falar, sim, em nome da Epahc -, dirigida ao Ver. Haroldo de Souza e ao Ver.
Valter, solicitando que liguem para o Governo, imediatamente, para o centro do
Governo e para a SMOV para que retirem as faixas de propaganda da Prefeitura
que foram colocadas em frente ao Theatro São Pedro sem a autorização da Epahc.
Neste momento, lá há uma faixa da SMOV, anunciando roubo de materiais
elétricos, onde? Em frente ao Theatro São Pedro. Certamente, Ver. Haroldo de
Souza, a equipe do Governo não está trabalhando de maneira tão afinada quanto à
orientação política que o Governo está dando. Isso, inclusive, saiu nos jornais
de ontem - podem pegar todos os jornais de ontem -, não quero entrar no mérito
do que a mensagem diz, mas quero entrar, sim, na postura de orientação política
do Governo. Nós estamos votando aqui, e votaremos favoravelmente que a Epahc
possa olhar, destinar, mas o Governo, neste momento, está colocando faixas na
frente do Theatro São Pedro! Primeiro vamos dirimir a dúvida: o Theatro São
Pedro é ou não um patrimônio cultural da cidade de Porto Alegre? É, então, ele
se insere neste contexto. Tem que ligar para o Secretário Maurício para que ele
oriente, neste momento, as suas equipes para que haja a orientação do Epahc,
porque colocaram uma faixa em frente ao Theatro São Pedro, descaracterizando
aquele patrimônio cultural, arquitetônico, um bem tangível da cidade de Porto
Alegre, tão bem preservado pela nossa batalhadora Eva Sopher. Não dá! Portanto,
Ver. Haroldo, Ver. Valter, trago aqui esta discussão, porque temos que olhar a
Cidade sempre como um todo, não podemos perder as oportunidades de debater os
temas que não estão ocorrendo bem na Cidade. Se nós criamos leis, é para serem
cumpridas. Então, Governo, por favor, retire aquelas faixas em frente ao
Theatro São Pedro. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Chega a esta presidência, o Requerimento da Verª
Maria Celeste, solicitando o adiamento da discussão desta matéria por cinco
Sessões.
Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maria
Celeste.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para
encaminhar a votação do seu Requerimento.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, estamos num
esforço coletivo de propor algumas combinações para agilizar o Plenário. Mas eu
percebo que a intransigência do Líder do Governo iniciou cedo, no primeiro
Projeto que estamos pedindo para ser votado no final da manhã, não há
disposição para atender a essa solicitação. Começamos cedo! E mais, a forma
como o Vereador Líder do Governo se referiu e se dirigiu à Verª Sofia Cavedon é
inaceitável, quando se quer propor acordos ou discussões para agilizar os
trabalhos no Plenário. Portanto, dessa forma nós não vamos trabalhar. Se for
para fazer discussão, manobra regimental, prorrogar, nós o faremos; nós o
faremos. Faremos requerimento para adiar a discussão por cinco, quatro, três,
duas ou por uma Sessão, e vamos encaminhar todos eles. Porque é inadmissível...
Nós somos minoria nesta Casa, sabemos disso, sabemos como estamos sendo
tratados, sem a menor consideração pelo Governo. Fomos
tratados com a arrogância e o autoritarismo, que são características do Líder
do Governo que, durante todo este ano, foi a sua marca nesta Casa, e continua
sendo no dia de hoje. Aqui, neste Plenário, nós vamos usar o Regimento,
diferentemente do que ocorreu ontem, na CEFOR, quando o Regimento foi quebrado,
quando não foi permitida a palavra aos Vereadores que não compunham aquela
Comissão, para se manifestarem. Houve uma quebra do Regimento ontem à tarde,
mas, aqui no Plenário, nós vamos usar de toda a nossa base legal e regimental
garantidas na Lei Orgânica e no Regimento.
Então, nós queremos
conversar e dialogar no sentido de agilizar os tempos, mas, se não houver essa
disposição, nós vamos encaminhar os requerimentos, solicitando adiamento da
votação. Primeiramente, o adiamento da discussão, depois, vamos encaminhar em
todos os tempos que nós temos o adiamento da votação. Portanto, se não houver
calma e tranquilidade no Plenário, não vamos contribuir. Somos minoria, temos
apenas nove Vereadores! Passem a patrola! Mas o Regimento será cumprido aqui
nesta Sessão, e temos o direito de encaminhar cada um dos requerimentos, e
vamos fazê-lo. Este Requerimento é para o adiamento por cinco Sessões, o
próximo será para quatro Sessões. É a política do respeito! É a política do
respeito que nós estamos exigindo desde o início. Quando há possibilidade, se
faz. Agora, em virtude da forma desrespeitosa como estamos sendo tratados nos
últimos dias nesta Casa, eu não vou aceitar que o Líder do Governo venha aqui
dizer que uma Vereadora não conhece o teor da matéria. Ninguém é melhor do que
ninguém neste Plenário! Ninguém é melhor do que ninguém neste Plenário! Nós não
queremos brigas, Ver. Alceu Brasinha, nós estamos contribuindo, nós queremos
contribuir. O que a Verª Sofia Cavedon solicitou é que se adiasse a votação até o
final da manhã, como está sendo feito nos Projetos polêmicos, para que tenhamos
tempo de olhar um pouco melhor esta matéria complexa.
Aprovamos o Plano Diretor há pouco tempo e agora
vem uma discussão do Mobiliário Urbano. Na CCJ, Ver. Pujol, o Presidente Ver.
Valter Nagelstein - aprovado por todos os membros da CCJ -, ficou de fazer um
seminário sobre este tema, no início da Comissão. Todos nós concordamos. O
Mobiliário Urbano é uma questão importantíssima. Todos nós, Vereadores da CCJ,
concordamos, e o seminário, infelizmente, não saiu. Tivemos outros temas,
outras questões, eu concordo, mas não venha desqualificar a Verª Sofia Cavedon.
Eu acho que isso, Ver. Valter, não é bom para o último dia da Sessão. Portanto,
nós encaminhamos, se não houver disposição de adiar até o final da manhã, vamos
manter o nosso Requerimento de solicitação de adiamento da discussão por cinco
Sessões.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido os Srs. Líderes de Bancada para que compareçam à Mesa
Diretora.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 10h59min.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo - às 11h02min): Srs.
Vereadores, quero agradecer a todos, mas especialmente à Verª Maria Celeste e
ao Ver. Valter Nagelstein, que representam os campos da oposição e da base do
Governo, que deram entendimento para que essa matéria seja votada às 13h30min.
(Aparte fora do microfone do Ver. Haroldo de Souza.
Inaudível.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Haroldo de Souza, eu estou agradecendo a todos
os Vereadores. Eu disse Verª Maria Celeste, Ver. Valter Nagelstein e aos demais
34 Vereadores, incluindo V. Exa. Foi para a totalidade dos
Vereadores. As Bancadas aqui representam os Vereadores.
Verª Maria Celeste, V. Exa retira o
Requerimento, com esse acordo, de adiamento de votação, para votarmos às
13h30min?
A SRA. MARIA
CELESTE: Sim, Presidente, retiro, conforme a sua orientação. Só gostaríamos de
tempo para analisarmos as Emendas que entraram neste momento.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço. Portanto, está retirado o Requerimento.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2906/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/09, de autoria do
Ver. Marcello Chiodo, que determina a retirada pelo Poder Público Municipal de
veículos abandonados nas vias públicas municipais e dá outras providências.
Com Substitutivo nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relatora
Verª Maria Celeste: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto e do Substitutivo nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 125/09 com o Substitutivo nº
01. (Pausa.)
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 125/09 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Ver. Sebastião Melo, meus colegas, meu caro Chiodo, eu venho
aqui com uma convicção plena, absoluta, para defender o seu Projeto. Ainda,
ontem, mandei que um assessor do meu Gabinete fosse fotografar a Rua Washington
Luiz, porque num pequeno percurso, próximo à Cientec, há três carros desovados,
abandonados. Pasmem as senhoras e os senhores! Nós temos um carro, na frente da
sede do Sindicato dos Bancários, um prédio recuperado, maravilhoso, no lado
oposto da rua, um carro abandonado, mas que hoje serve para esconder drogas.
Nós podemos passar, para que as pessoas conheçam, dezenas de fotografias de
carros desovados, abandonados na Cidade. Sempre há um subterfúgio que a EPTC
não quer buscar, a Brigada inventa histórias e não quer assumir, então, sobre
matérias de interesse local, portanto, estou dando a V. Exa aqui os
elementos para sustentar a constitucionalidade, a legalidade do seu Projeto
sobre temas locais, e sobre eles o Vereador pode legislar.
Lembram da intervenção do Sindicato dos Bancários
aqui, na semana passada, do Juberlei? Se dizia que sobre as câmeras de vídeo em
banco, sobre segurança bancária, a Câmara não podia legislar. Pois eu fui o
autor dessa lei, que foi ao Supremo, e o grande Sepúlveda Pertence deu o
Parecer exatamente nessa condição, Ver. DJ Cassiá: matérias de interesse local
quem legisla é o Vereador. Portanto, carros que não pagam tributos, carros que
servem para juntar lixo, carros que servem para que o DMLU não possa fazer a
varrição, que servem para esconderijo, que servem para todas as ilicitudes,
como esconderijo para fazer assaltos, e isso acontece em muitas ruas da Cidade,
devem desaparecer completamente das ruas da Cidade. Por isso o meu argumento é tanto
sobre a importância que tem o Projeto para a população, para aquilo que vem
ajudar a Cidade, mas também sob o ponto de vista legal. Interesse local quem
legisla é Vereador.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, queria cumprimentá-lo pela fala e dizer que,
legalmente, já tem responsabilidade no Município para retirar isso.
O SR. ADELI
SELL: O Código de Trânsito Brasileiro.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: O Código de Trânsito Brasileiro. E a Empresa
Brasileira de Transporte e Circulação - EPTC - é responsável por fazer esse
trabalho. Portanto, os problemas existentes já têm um responsável.
O SR. ADELI
SELL: Vamos deixar registrado, em lei local, com sustentação em lei maior, que
o Projeto é legal, constitucional e é importante para a cidade de Porto Alegre.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Ver. Adeli Sell, eu acho que é correto o
Projeto de Lei, e acho que a EPTC ou SMT, como queiram, tem obrigação de fazer
isso. Devo dizer também que, como Secretário de Transportes, em 1977, eu
recolhi carros abandonados na rua.
O SR. ADELI
SELL: Fez bem V. Exa naquele momento. E continua correto e bem,
apoiando o Projeto do colega Chiodo.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu
querido Ver. Adeli Sell, quero dizer que a Bancada do PDT votará
favoravelmente, porque acho que é um Projeto que vem em muito boa hora. Um
Projeto bom para a Cidade. Obrigado pelo aparte de Vossa Excelência.
O Sr. Paulinho
Ruben Berta: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado
pelo aparte, Vereador. Quero dizer que a Bancada do PPS também votará
favoravelmente, porque nós queremos uma Cidade cada vez mais limpa - até
pensando na Copa de 2014. Muito obrigado.
O SR. ADELI
SELL: Sem dúvida. Com esse apoio, o
Projeto vira lei, meu caro Chiodo. Obrigado
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Marcello Chiodo está com a palavra para
discutir o PLL nº 125/09 e o Substitutivo nº 01.
O SR. MARCELLO
CHIODO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; demais Vereadores e Vereadoras; é
um Projeto que fizemos, no início do ano, quando foi pedida a sua aprovação,
numa reunião com a EPTC, DMLU, Brigada Militar, que deram o Parecer pela sua
aprovação. Eles me ajudaram a construir este Projeto. Por isso vejo a
importância deste Projeto para a Cidade, principalmente porque eles
argumentaram várias coisas.
Um dos pedidos foi para retirar os carros, porque
os caminhões de lixo não passavam em algumas ruas; outro foi da Brigada
Militar, por causa dos indivíduos que ficavam se escondendo para ligar para
outros quando a Polícia chegasse; outro pedido é quanto às drogas. Eles guardam
muita droga dentro dos carros; o outro pedido é dos Bombeiros, porque os
caminhões não podem passar em algumas ruas por causa desses carros.
Então, não há porque dizer “não” para este Projeto,
este Projeto vem na hora certa. Esses dias saíram no jornal Zero Hora várias
notícias sobre isso, falando que a comunidade está cansada de ver esses carros
na rua e não poder fazer nada.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Marcello Chiodo, apenas gostaria de cumprimentar Vossa Excelência. O legislador
é exatamente aquele que observa e que tenta corrigir, de acordo com o seu ponto
de vista, aquilo que ele vê de errado na Cidade. Quero cumprimentar Vossa
Excelência!
O SR. MARCELLO
CHIODO: Muito obrigado, Ver. Luiz Braz. Eu queria que todos olhassem bem este
Projeto e me dessem apoio para aprovarmos este Projeto. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 125/09 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, é com muita satisfação que eu venho defender este Projeto, um
belíssimo Projeto, Ver. Marcello Chiodo. Se fizermos um levantamento dentro de
Porto Alegre, deve ter mais de mil carros abandonados, Ver. Oliboni. Isso serve
também para aquelas caçambas que os caras “aplicam”. Quando não alugam, botam
as caçambas na rua, e deixam abandonadas. Isso tem incluir no Projeto e cobrar
a sua retirada, porque elas perturbam o trânsito. Ver. Pancinha, eu conheço umas
avenidas, sei de cor onde tem carro abandonado. Agora, com este Projeto que vem
contemplar, eu tenho certeza absoluta que vai melhorar o trânsito, porque um
carro parado, uma caçamba parada perturba o trânsito.
Mais ainda: tem uma rua com uma carroça parada há
mais de seis meses, e a EPTC até agora não foi retirar. Acho que a EPTC tinha
que cuidar mais intensamente do trânsito, Ver. Haroldo, do que ficar se
preocupando em multar motoristas. Não pode estar multando; tem que se preocupar
com a sequência do trânsito.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Brasinha, a profissão do Ver. Marcello Chiodo é para dar um visual mais bonito
para as pessoas que o procuram. Como o segmento da sua profissão, ele quer ver
também uma Cidade mais bonita para todos nós. Parabéns, mais uma vez, Vereador!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Na Rua Anita Garibaldi quase esquina com a Rua Azevedo Sodré tem um
carro que deve estar parado lá há uns dez anos, nunca foi movimentado ou
retirado. Acho que chegou a hora de nós cobrarmos das autoridades responsáveis
pelo trânsito a retirada desses carros que estão, literalmente, perturbando o
trânsito. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 125/09 e o Substitutivo nº 01.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, apenas para elogiar a iniciativa do Ver. Marcello
Chiodo, e dizer que nós temos vários problemas, inclusive eu fiz Pedido de
Providências, mas o Município não se sente autorizado a retirar os veículo das
ruas. Acho que essa iniciativa é importante para criar uma nova cultura. Nós
temos estacionamentos a céu aberto há muito tempo, atrapalhando vizinhos - como
foi dito aqui - e o próprio trânsito.
Nós queremos parabenizar o Ver. Marcello Chiodo e
votar a favor. Muito obrigado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 125/09 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, também queria me somar a esta ideia. Nós tivemos, ao
longo do ano, inúmeras demandas da sociedade solicitando a retirada desses
carros das ruas.
Lembro-me aqui de uma solicitação, informando que
em um desses carros abandonados, ao chover, a água ficava acumulada, inclusive
foi constatado um foco do mosquito da dengue. É apenas um registro.
Este Projeto dialoga com a saúde, dialoga com a
Cidade, e não é justo que alguns queiram ter esse direito de deixar um carro
abandonado num espaço de uma rua que é pública, e que vai obstruir áreas - como
o próprio Ver. Marcello Chiodo disse -, causando acidente, e servindo de abrigo
de muitos que na verdade não têm boas intenções. Parabenizo o Nobre Ver.
Marcello Chiodo; votaremos a favor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Substitutivo nº 01, ao PLL nº 125/09.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5247/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/09, que autoriza o
Poder Executivo a contratar com a Corporação Andina de Fomento – CAF –, com
garantia da União, no valor limite equivalente a US$ 100.000.000,00 (cem
milhões de dólares dos Estados Unidos da América), para financiamento de obras
do Projeto Portais da Cidade. Com Emendas nos 01 e 02.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e das Emendas nos
01 e 02.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art.
81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 038/09. (Pausa.) O Ver.
Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 038/09.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
assiste; quero chamar a atenção dos nobres colegas Vereadores, porque este
Projeto mexe com a vida da Cidade e dos cidadãos. Não é justo que o Prefeito
Municipal tome uma atitude dessas, de achar que os cidadãos, ao fazer um
projeto dessa natureza, sejam considerados como animais, colocando-os num
brete! Vamos mudar o transporte coletivo da Cidade, e os cidadãos vão ter que
entrar por aqui, pelos Portais. Isso é desumano, é de uma tamanha
irresponsabilidade que, só na primeira talagada que o Prefeito está dizendo,
ele vai gastar quase 210 milhões de dólares! Está pedindo autorização para uma
Corporação Andina de Fomento para um empréstimo de 100 milhões de dólares, o
que pode chegar a 210 milhões, para elaborar um projeto!
Anos atrás, quando ouvimos a ideia dos Portais da
Cidade, o Governo dizia que gastaria, para a execução do projeto, 210 milhões
de dólares. Ele está dizendo, agora, que, só para fazer o projeto, vai gastar
mais de 100 milhões de dólares! Ora, estou muito preocupado, Ver. Brasinha - e
já lhe dou o aparte -, porque fizemos, inclusive, aqui em Porto Alegre, Ver.
Haroldo, uma pequena enquete pela a Câmara na Cidade, e cem por cento das
pessoas entrevistadas não sabia que projeto era esse. Cem por cento dos
cidadãos disseram que não é justo que o Governo tome uma atitude dessas sem
serem consultados! Se temos na Cidade um milhão de pessoas que pegam transporte
coletivo, mais de 30 mil viagens dos ônibus para o Centro da Cidade, agora, o
Prefeito e os nobres Vereadores que poderão apoiá-lo vão achar justo que o
cidadão seja condicionado aos Portais da Cidade, que, para mim, não deixam de
ser estações de transbordo.
Ver. Brasinha, quero fazer um raciocínio com V. Exa
e os demais colegas. Todos os cidadãos da região Norte da Cidade irão para a
Av. Cairú, inclusive os da Grande Porto Alegre; todos os cidadãos da região
Leste de Porto Alegre irão para a Av. Azenha; todos os cidadãos da região Sul
irão próximo do Internacional. Esses três terminais - antes havia um no Largo
Zumbi dos Palmares, agora o Prefeito diz que não vai mais fazer ali - vão
absorver um milhão de pessoas que, por sua vez, terão um outro circular que
trará os passageiros para o Centro da Cidade. Não vai mudar o tempo? Se hoje o
cidadão demora meia hora, ele vai conseguir chegar no Centro da Cidade no mesmo
tempo?
É tamanha a ousadia do Prefeito, que é difícil de
acreditar. Achar que o cidadão que está hoje indo para o Centro da Cidade em 30
minutos ou que está pegando um ônibus para o Centro da Cidade, agora, por
iniciativa dele e daqueles que o apoiam, o cidadão tem que entrar por um brete,
ir para o bairro Azenha, ir para o Internacional ou ir para a Av. Cairú, e
depois vim para o Centro, inclusive vendendo espaço público, porque ele está
dizendo no Projeto de Lei que serão parcerias com a iniciativa privada para
poder colocar pequenos shoppings,
para demonstrar que vai ser bom para a população.
Brasinha, é uma tamanha decepção nesse Projeto que,
sinceramente, a população, com certeza, ficará indignada. V. Exa não
acha isso?
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver.
Oliboni, eu discordo de V. Exa. Nessa pesquisa, eu acho que V. Exa
só perguntou para aqueles que eram contra, porque eu também ando na Cidade e
tenho recebido manifestações favoráveis, porque vai deixar o trânsito mais
liberado, e vai acabar com aquela rodoviária a céu aberto no Centro. Esse é o
grande Projeto, e acho que é o mais importante que temos na Cidade, para fluir
o trânsito na época da Copa do Mundo.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Vejam só a discordância. Brasinha, se tu trouxeres aqui um cidadão que é
favorável, eu vou aplaudi-lo. A nossa pesquisa foi feita lá na parada de
ônibus, exatamente com aquele cidadão e comerciante que serão atingidos e que
perderão o emprego. Quem é que vai repor a dignidade dessas pessoas que vão
perder o emprego?
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, não vou discutir o mérito com V. Exa, porque
opiniões são opiniões, só que V. Exa diz que se está pedindo
autorização para gastar 100 milhões no Projeto. Não! Está escrito na Emenda que
é para financiar obras dentro do Projeto Portais da Cidade, que são obras
necessárias para Porto Alegre, independente de haver ou não o Projeto Portais
da Cidade, como duplicação de algumas avenidas, construção de algumas passagens
de níveis na própria 3ª Perimetral que, infelizmente, já está sendo motivo de
gargalo na Cidade. Agradeço a V. Exa por conceder-me o aparte.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Veja só, Ver. Pujol, então nós temos que condicionar uma consulta, fazer
audiências públicas, não podemos votar uma coisa que não conhecemos. Aqui está
a autorização de empréstimo, e não o Projeto a que V. Exa se
referiu. Isto aqui é um verdadeiro absurdo, é condicionar as pessoas a entrarem
num brete, dizendo que elas só podem
passar por ali. É desumano, é inacreditável a ousadia do Prefeito em fazer um
Projeto de Lei dessa natureza sem consultar a população de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLE nº 038/09.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, se aprovado este Projeto, nós vamos atrasar a história
da Cidade em 30 anos. Há 30 anos, em Curitiba, foi instalado o “ligeirinho”,
que aqui, sofisticadamente, estão chamando de bus rapid transit, o BRT. Vamos chamar, no bom português, de ligeirinho.
Agora, lá, os bretes eram completamente diferentes, não há essas três estações
de transbordo, que vão causar um transtorno maluco para a Cidade; não tem
estudo técnico, Ver. João Dib, que convença alguém, em sã consciência, de que
botar um brete desses na Av. Cairú, a cinco minutos do Centro, quando ainda um
terço dos ônibus da Região Metropolitana estão com os passageiros! Vai demorar
mais tempo esse transbordo do que se o ônibus viesse para o Centro. Essa não é
uma boa solução!
Agora dizem que vai ter um lugar perto do
Beira-Rio. Citem-me, por favor, qual é o local perto do Beira-Rio que tem
condições de ter uma estação de transbordo! Na Av. Azenha, uma avenida
atrolhada? Nós já discutimos isso aqui por ocasião do caso do Grêmio. Eu
tentei, de todas as maneiras, apresentar quatro Emendas, na época, ao Projeto
do Grêmio! Não fui ouvido, mas o futuro dirá que nós tínhamos razão!
O grande problema de Porto Alegre continua sendo a
circulação, a mobilidade urbana. Nós acabamos de votar aqui o Projeto Cais
Mauá, mas se nós não enterrarmos a Av. Mauá, não há solução! Não há solução
para a mobilidade, não há acessibilidade para o local e vai virar um local de
elite; e nós não vamos deixar que esse local seja só para a elite! Como também
não vamos deixar que o povo sofra, como continua sofrendo, com atrasos de
ônibus, porque com esses transbordos mais transtornos haverá e nós vamos
combater que isso aconteça. Não é possível que se continue teimando com uma
política desastrosa em mobilidade urbana em Porto Alegre!
Um Secretário omisso que passa o tempo inteiro
gastando o dinheiro do povo de Porto Alegre, viajando, e a EPTC não presta
contas para a Cidade! A Área Azul não tem prestação de contas! Agora nós vamos
aprovar 100 milhões de dólares! Dólares! Quem pagará a conta? Quem pagará a
conta seremos nós, quando voltarmos ao Paço Municipal, porque, com essa
política desastrosa, este Governo não terá continuidade, porque já enrolaram
demais nesses cinco anos.
Nós dissemos, sistematicamente, neste ano de 2009,
para a liderança do Governo, que é preciso dialogar, é preciso respeitar a
oposição, é preciso ouvir a população. E o que nós temos de resposta? Mais um
Projeto de cima para baixo. Eu sei que tem colegas meus, aqui, da situação, que
não querem votar o Projeto, não querem votar, têm dúvidas, acham que é
problemático. Mas o Governo novamente cabresteia a sua base, sem discussão.
Neste final de ano, nem pirulito para a sua base,
só cabresto. Mas um dia a rebeldia virá. Eu conheço vários valorosos
companheiros da Bancada do Governo, aqui, que um dia vão cansar, e será
próximo, se não será hoje, nesta votação, mas eu tenho certeza de que num
espaço curto de tempo vai haver mudanças.
Novas questões serão colocadas aqui, e eu quero dizer: esse Projeto é um atraso de 30 anos para a cidade de Porto Alegre. Não contem com o meu voto para atrasar a vida das pessoas e o progresso de Porto Alegre. Eu quero progresso, eu quero desenvolvimento, eu quero uma Cidade sustentável. E os Portais da Cidade são um atraso, não têm sustentabilidade, é algo mau, é algo ruim para o povo de Porto Alegre. Não voto favoravelmente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLE nº 038/09.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu venho a esta tribuna para defender a matéria. É evidente que -
Ver. Adeli, V. Exa que me antecedeu - se os senhores fossem,
realmente, favoráveis ao progresso, com certeza teriam votado, ontem,
favoravelmente ao Projeto Cais do Porto; mas votaram contra. Então, vamos
combinar - não é Ver. Adeli? Nós que somos da grande Irai -: vamos manter
coerência. Agora, eu vejo, de parte da oposição, que eles poderiam mudar o meu
voto, se chegassem aqui e dissessem que têm experiência. “Se fôssemos fazer
hoje o corredor da Av. Sertório, não faríamos mais do jeito que fizemos; se
fôssemos fazer hoje aquele terminal da Av. Bento Gonçalves, não faríamos mais
como fizemos; se fôssemos fazer aquela obra do entroncamento da Av. Assis
Brasil com a Av. Baltazar, não faríamos igual; também aceitaria. Se fôssemos
fazer aquela obra do entroncamento da Rua Dr. Salvador França com a Av. Carlos
Gomes e com a Av. Protásio Alves, da forma que fizemos”; também aceitaria e,
com certeza, mudaria o meu voto e votaria com a oposição. Mas a oposição esteve
no Governo por 16 anos, e, nesse período, projetou e construiu estas obras que
nós sabemos que têm problemas. Eu, com certeza, Vereadores de oposição,
acompanharia o voto dos senhores, porque, sensibilizados pelo reconhecimento da
experiência de terem feito obras que, se fossem fazer hoje, fariam diferente.
Eu digo nós, Vereadores desta Casa, e a própria oposição, tenho certeza,
entendem o que quero dizer.
São obras que estão aqui em Porto Alegre, e que,
com certeza, não atenderam e não atendem àquilo que nós, na oportunidade,
imaginávamos, pelas condições que lá estão: o corredor da Av. Sertório, o
terminal da Av. Bento Gonçalves, o terminal da Av. Baltazar com a Av. Assis Brasil.
Então, vamos combinar que as coisas também não foram tão maravilhosas assim!
Agora, o que nós temos aí, hoje, Ver. Todeschini, é
a possibilidade de retirarmos esta grande rodoviária que está ali no Centro de
Porto Alegre. Não há como nós enfrentarmos e aceitarmos a situação, como ela
está hoje, para os próximos anos. Eu não vejo outra possibilidade a não ser a
descentralização; não vejo outra possibilidade a não ser a construção dos
Portais da Cidade. Agora, falar que os Portais da Cidade serão construídos, que
têm negócios lá nos Portais, é óbvio! Se nós vamos buscar também Parcerias
Público-Privadas, é óbvio que as Parcerias Público-Privadas vão querer investir
e ter retorno. Não é uma obra que vai ser construída no seu todo com dinheiro
público. Se há Parceria Público-Privada, é óbvio que nós vamos ter negócios
nesses terminais, como centros comerciais, enfim, para que o privado tenha
interesse.
Eu quero chamar a atenção, mais uma vez, que nós
falamos em atraso de 30 anos também ontem no Projeto do Cais do Porto, no
Projeto da Revitalização, Ver. Carlos Todeschini, e muitos Vereadores da
oposição votaram contra, e outros saíram; abstiveram-se de votar. Nós temos que
ter coerência, porque se nós estamos buscando o bem e o melhor para a Cidade,
mesmo que não seja um projeto do nosso Governo, por que nós vamos votar contra?
Por que nós vamos sair do Plenário na hora da votação? Vamos manter a coerência
nessa linha de buscar o melhor para a Cidade.
Muitas vezes, Vereadores, tivemos Projetos nossos,
que, com a felicidade da votação dos Vereadores da oposição, conseguimos
aprovar. E eu, com certeza - não é porque é um Projeto do Executivo -, votaria
favoravelmente. E, com certeza, os argumentos levantados pela oposição, não são
consistentes. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLE nº 038/09, de
autoria da Verª Maria Celeste e Ver. Engenheiro Comassetto (Lê.): “Acrescenta
parágrafo único no artigo 5º do PLE nº 038/09, com a seguinte redação:
Art. 5º - Parágrafo único: O Poder Executivo
apresentará cópia do Acordo de Cooperação Técnica e Apoio Recíproco, celebrado
em 30 de janeiro de 2004 pela Metroplan, EPTC e Trensurb, onde apresentará a
implantação de um sistema que desenvolverá ações voltadas a assegurar o
processo de integração do planejamento estratégico do transporte público
coletivo”.
Apregoo a Emenda nº 04 ao PLE nº 038/09, de autoria
da Verª Maria Celeste, Ver. Engenheiro Comassetto e outros (Lê.): “Acrescenta,
onde couber no PLE, a seguinte redação:
Art. ... O Poder Executivo apresentará no prazo
legal Processo Plebiscitário antes da implementação do projeto específico”.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, estou vendo aqui que alguns Vereadores vêm a esta tribuna se
referir ao Projeto Portais da Cidade, relatando o
trajeto, relatando a proposição dos terminais que a Prefeitura e o Executivo
Municipal têm a intenção de construir, e, evidentemente, pela lógica da
Prefeitura, ceder para a especulação e para os grandes empresários. Mas quero
dizer que, na verdade, o Projeto é um cheque em branco. Nós estamos votando,
Ver. Carlos Todeschini, uma autorização para um empréstimo de 100 milhões de
dólares! Cem milhões de dólares, única e exclusivamente!
Neste Projeto, lendo
artigo por artigo, não existe nenhum artigo, Ver Haroldo de Souza, explicando o
Projeto Portais da Cidade; não existe nenhum artigo, dizendo quais serão os
terminais e onde os ônibus irão parar, se é na Cairú, se não é na Cairú, se vai
ter baldeação até o Centro ou se não vai ter. Nós estamos votando um cheque em
branco! Eu não tenho o costume de dar cheque em branco, ainda mais no valor de
100 milhões de dólares, que são do cofre dos contribuintes, Ver. Brasinha,
porque quem pagará o empréstimo de 100 milhões de dólares é o povo de Porto
Alegre, em primeiro lugar.
Em segundo lugar, é
importante ser dito que, pela especulação que se faz pela imprensa, dos Portais
da Cidade - e que não está escrito no Projeto -, está claro que se caracteriza
de um Projeto que piorará a vida do povo. E por que piorará a vida do povo? Em
primeiro lugar, não haverá mais ônibus direto para o Centro. Portanto, o povo
dependerá da segunda condução para se chegar até o Centro de Porto Alegre.
Nós conhecemos, Ver.
Beto Moesch, o sistema de transporte de Florianópolis, que é, com o perdão da
palavra, uma porcaria, em que as pessoas esperam por 40 minutos o segundo
ônibus. E como o transporte é objeto de lucro, muitas linhas só saem quando o
ônibus estiver lotado, porque, infelizmente, o transporte não é um serviço
público que garanta à população o direito de ir e vir, sem ser fonte de
arrecadação e de transformação de alguns empresários em milionários, como é o
caso do transporte coletivo na maioria das cidades e também em Porto Alegre.
Porque uma passagem de R$ 2,30, uma das passagens mais caras do mundo, serve
para tirar dinheiro do povo e para transferir para os milionários. Infelizmente,
a lógica é essa, e quando a lógica é o lucro, a tendência é piorar a vida da
população que dependerá, em primeiro lugar, do bel prazer dos lucros do
empresário, e, em segundo lugar, da lotação de ônibus para poder se locomover.
Em terceiro lugar, é
importante ser dito nesta tribuna, que nós estamos debatendo a necessidade de
transportes não poluentes. Porto Alegre perdeu a oportunidade ímpar, Ver. Mauro
Zacher, de ter um metrô que unificasse a Zona Norte com o Centro da Cidade, que
permitisse um transporte rápido, barato e menos poluente. Perdemos, porque o
Prefeito Municipal não mandou o Projeto e optou pelos Portais da Cidade, porque
o Governo Lula preferiu beneficiar as suas Prefeituras ao invés da cidade de
Porto Alegre. Isso tem que ser dito desta tribuna.
O Ver. Carlos
Todeschini e eu tivemos a oportunidade, em Copenhague, de ver o sistema de
integração deles. Os Vereadores adoram usar exemplos internacionais. Está aqui
a integração. (Mostra fotos.) Nem um real a mais. Integração: ônibus, metro,
ciclofaixa. Integração do metrô com os bicicletários, para permitir um
transporte barato. E a integração se dá na bilhetagem. A pessoa compra o
tíquete do metrô e tem uma hora para pegar o ônibus. Não custa um real a mais.
É na bilhetagem a integração, ou seja, não impacta o meio ambiente, é barato
para a cidade e ao mesmo tempo facilita a vida da população. Mas,
lamentavelmente, o Governo Municipal quer entregar mais um presente de Natal
aos empresários. Nós não vamos compactuar com cheque em branco e com transbordo.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para discutir o PLE nº 038/09.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, meu colega Ver. Aldacir Oliboni, quero fazer
algumas considerações a respeito do seu pronunciamento. V. Exa sabe
que eu tenho uma admiração muito grande por V. Exa, inclusive quando
V. Exa pintou aquele prédio lá na Av. Bento Gonçalves, eu até disse:
“Ver. Oliboni, V. Exa é uma pessoa que faz um extraordinário
trabalho na Cidade, mas naquela pintura ficou um homem que parece que está
fugindo da polícia. Não é isso que nós queremos”. E V. Exa foi lá e
repintou o prédio. E V. Exa representa, na Sexta-Feira Santa, aquele
ser que nós amamos, que é Jesus Cristo pregado na cruz; e V. Exa o
representa muito bem.
Agora, Vereador, no
seu pronunciamento, dizer que o Projeto Portais da Cidade coloca as pessoas num
brete - brete é para animais; não é para o ser humano -, criticando o
Prefeito! Mas não é isso. V. Exa sabe disso, quem anda em Porto
Alegre, pelo menos na hora do pico, sabe que nós temos filas de 10, 20, 30
ônibus com um, dois passageiros. É um problema sério para a população, para a
Cidade de Porto Alegre; uma tranqueira total. Agora, há um Projeto de
envergadura, que vai trazer um grande benefício para a Cidade. Nós queremos
isso, e tenho certeza de que V. Exa também quer facilitar o
trânsito. Por que não? É um Projeto moderno, vai dar condições, vai liberar
mais o tráfego. Não é possível! Se Vossa Excelência, na hora do pico, pegar o
túnel da Conceição, passar pela Rodoviária e por outras ruas próximas ao Centro
da Cidade, verá 10, 20, 30, 40 ônibus, muitos deles com apenas dois ou três
passageiros.
Quero dizer a V. Exas que todos os projetos
até hoje deram certo, graças à competência do Prefeito e do Sr. Secretário. Vou
citar alguns: o shopping popular está
dando certo! Nem tudo é cem por cento, mas está dando certo. O Centro tem um
outro visual; entregaram o Centro para a Cidade, uma cidade moderna para todos
nós. Está aí hoje a realidade!
O Distrito Industrial da Restinga, não é uma
realidade hoje? Não deu certo? Deu certo! Pelo trabalho e pela competência da
SMIC, do Secretário, e da equipe de Governo, deu certo!
O Conduto Álvaro Chaves não deu certo? Querem
estragar o trabalho da atual Prefeitura? Vamos pontuar todo o programa de
grande vulto que deu certo para a Cidade que é nossa!
O Alvará na Hora é um belo projeto! Tirou aquele
peso, aquela preocupação das pessoas que queriam tirar alvará e entravam numa
fila que não andava por causa da burocracia.
Vejam bem, eu estou citando alguns projetos. A
doação de mudas para os produtores não deu certo? Claro que deu; recuperou a
credibilidade de uma área que praticamente estava perdida.
O Centro de Eventos da Vila Nova não deu certo?
Claro que deu! Eu estou citando projetos da Prefeitura que deram certo; e a
população ganhou com isso.
E o Portais da Cidade é um projeto que é claro que
vai dar certo! Vai desafogar o Centro, caros colegas Vereadores, vai retirar
aquele fluxo de ônibus que causa um problema tão sério para a população,
principalmente na hora do pico. É um Projeto que vai renovar, que vai trazer
grande benefício para a população de Porto Alegre.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Ervino, V. Exa que mora na Região Sul, deve ter pego alguma vez o
transporte coletivo, vindo para a Cidade. Hoje, V. Exa pegaria o
ônibus na Região Sul e iria até o Centro da Cidade, levaria 30, 35 minutos, no
máximo 40 minutos. Com os Portais - e um deles, o da Região Sul, ficará perto
do Internacional -, descendo de um ônibus e pegando outro, chegando até o
Centro, V. Exa não levará menos de uma hora, e V. Exª não saberá o
tempo e o valor que vai pagar. Então, V. Exa não pode criticar o
contraditório. Nós respeitamos o contraditório, e esse é um debate com a
população. Eu só queria que V. Exa perguntasse ao povo da sua região
se eles concordam em fazer baldeação.
O SR. ERVINO
BESSON: Ver. Oliboni, V. Exa sabe que não é problema de
contraditório, de concordar ou não concordar, mas vejo que os Portais da Cidade
vão desafogar ainda mais o trânsito; é um projeto que vai reduzir mais ainda o
tempo, não será mais aquela tranqueira, acho que os Portais da Cidade vão
reduzir drasticamente o tempo. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. Verª Sofia
Cavedon, certamente o povo da Zona Norte será contemplado com o Projeto dos
Portais da Cidade. Pode ter certeza absoluta!
Venho a esta tribuna, pensando, Ver. Mauro Zacher,
em como é difícil quando mandam um projeto do Prefeito e aí se diz que é um
presente para o empresário. Nesta Casa, há pessoas que veem o empresário como
bandido, como um cidadão que não cumpre com suas obrigações, como um cidadão
que só faz mal à Cidade. No setor de transporte há belíssimos empresários que
fazem seu projeto social, que colaboram com a Cidade no dia a dia, e se não
fosse tanta isenção na tarifa de ônibus, a passagem seria bem mais barata.
Quero lhes dizer como é. Se vem um Projeto do
Governo, já estão pensando que o Governo quer presentear o empresário. Eu não
tenho procuração para defender os empresários, e empresário de ônibus, que acho
só conheço um, porque tem aquele gremista lá. Mas eu
defendo, porque o transporte de Porto Alegre é bom, tem qualidade e vai ter
mais qualidade com os Portais da Cidade, com os quais eu vou ser contemplado
para pegar um ônibus lá no meu IAPI e chegar aqui mais rápido, Ver. Mauro
Pinheiro, com mais rapidez. Mas aqui nesta Casa tudo se quer: eles querem o
metrô, coisa que não existe! O Lula não quis dar dinheiro para nós aqui! Não
quis! Isso era uma fachada; dizia que vinha esse dinheiro, o que a Deputada
Maria do Rosário defendia e prometia no seu discurso, quando concorreu à
Prefeitura! Prometia, dizia que ia acelerar o processo do metrô! E o que ela
fez? Ela está lá, por que ela não acelerou? Por que não ajudou? Eles não
quiseram, Ver. Oliboni! Eles não quiseram! Mandaram o dinheiro lá para Novo
Hamburgo, mas para nós aqui não! Para nós não mandaram dinheiro!
O Partido de V. Exa,
Ver. Mauro Pinheiro, V. Exa não estava aqui, quando eles estiveram
durante dezesseis anos no poder; quando tiveram toda a oportunidade de
implantar o sistema, por que não fizeram? Só porque não foram eles que fizeram
é ruim para a Cidade? Como é o Prefeito Fogaça, que tem uma extraordinária
competência e quer ver a Cidade avançar - Porto Alegre é demais -, é por isso
que vocês não querem? Vocês não querem, literalmente.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, muito obrigado pelo
aparte. Quero lhe dizer que o Prefeito Fogaça tem muita sorte em lhe ter como
um fiel escudeiro, porque V. Exa sempre defende o indefensável.
Obrigado, Vereador.
O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Mauro Pinheiro,
defendo porque tenho convicção de que o Prefeito gosta mais da Cidade e quer
ver uma Cidade limpa, bonita e transparente, isto sim!
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Brasinha, vejam só, nós
aqui, todos, possivelmente, somos favoráveis ao metrô em Porto Alegre, não é a
mesma vontade de alguns prefeitos. Mas isso não vai acontecer se não tiver a
vontade política dos Deputados Federais, principalmente de toda a Bancada
gaúcha. A imprensa inclusive noticiou isso: que não deveria ser iniciativa
apenas de um Deputado ou de uma Deputada, a Bancada federal gaúcha deveria
trabalhar nesse sentido.
Eu lhe perguntaria:
quem sabe se os Deputados fizessem essa parceria, inclusive os do PTB, do PDT,
e de outros Partidos, para fazer com que, de fato, Porto Alegre seja contemplada
com o metrô? O Governo Federal quer, a Dilma quer, será que os outros querem?
O SR. ALCEU BRASINHA: Claro que querem,
Vereador! Sendo para o bem do povo, querem! Só que quem não quis foi lá em
cima! Já teve pressão, já teve o ato político para nós ganharmos esse presente
para a Cidade, mas não deram. Então, vamos para os Portais da Cidade,
que será algo muito importante.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Brasinha, eu, que lhe conheço e respeito, afirmo que foi muito infeliz o aparte
do Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Para concluir, quero dizer que, Ver. Dib, o senhor que foi Prefeito
desta cidade, por 999 dias, o senhor imagine, Prefeito, se estivesse como no
seu tempo, no passado; o senhor não quer isso, o senhor quer que Porto Alegre
avance. Porto Alegre é demais! Eu quero morar nesta Cidade, eu quero que ela
ande para frente, quero ver todo mundo feliz, e desejar a todos um Ano-Novo
cheio de alegria.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho
aqui, neste momento, fazer uma manifestação, porque eu penso que este é um
projeto completamente estapafúrdio, criado para atender a interesses
particulares de algumas pessoas e não aos interesses da Cidade. E eu vou dizer
isso, porque tenho fundamento para dizer: está sendo pedida, Ver. Haroldo, uma
autorização de 220 milhões de dólares - 110 milhões agora, e depois mais 110
milhões -, para contratar obras que visam a implantar estações de transbordo na
Cidade. O Ver. Ervino falou muito bem, dizendo que brete é para bichos. Agora,
a pergunta que eu quero fazer é: por que está sendo feito brete para o povo?
Porque isso é um retrocesso, é um desperdício de dinheiro público sem
precedentes. Porque, em todos os lugares do mundo, essa concepção é a mais
atrasada que existe. Nós adotarmos ainda o transporte sobre rodas é um atraso,
mas, mais atraso ainda, é promover estações a um custo altíssimo para a Cidade.
Ao todo, este Projeto vai custar mais de 200 milhões de dólares, ou seja, mais
de 500 milhões de reais, de financiamento. Alguns estão prevendo a
possibilidade de Parcerias Público-Privadas.
Não é assim que se faz. Em primeiro lugar, porque é
uma deformação total o transporte sobre rodas; em segundo lugar, para integrar
o transporte sobre rodas.
O Sr. Paulinho
Ruben Berta: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
agradecer pelo aparte. Gostaria de fazer uma pergunta que eu acho que Porto
Alegre deve estar fazendo. Gostaria que V. Exa desse os nomes aos
‘interesses particulares’, quem são essas pessoas, e quais são os interesses
particulares, porque fica uma coisa que ninguém sabe se alguém está metendo a
mão ou não numa coisa que nem se concretizou ainda.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado.
O Sr. Haroldo
de Souza: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) É a
mesma pergunta que eu quero fazer ao senhor: quais são os interesses
particulares? Vocês vão começar de novo com aquela história de diz que tem e
não tem, e vocês não apresentam prova nenhuma? Diz o nome, então, para nós!
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Ver. Haroldo, agradeço pelo aparte. Isso fica por conta do
trabalho que será feito no futuro. Quero demonstrar que a integração não
necessita de uma obra de 500 milhões de reais, ou 200 milhões de dólares. Uma
integração num sistema se faz com um bilhete eletrônico, com um bilhete que
deve integrar metrô - infelizmente nós não temos trem -, que deve integrar
ônibus, deve integrar um sistema! No mundo moderno, é assim que se faz, sem
esse desperdiço de concreto, de material, de energia, de custos, de dinheiro
público! É completamente equivocado o mérito desse Projeto. Não elimina, Ver.
Valter, a articulação entre sistemas para dar mais eficiência; não elimina, por
exemplo, que venham ônibus articulados de determinados pontos ou variados
pontos da Cidade para o Centro. Com o que não estamos de acordo é que, para
isso, tenha que ter uma obra física monumental, gigantesca e, inclusive,
irremovível, dificultando rearranjos ou planejamentos futuros na Cidade. É aí
que reside o equívoco.
O Sr. Valter
Nagelstein: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu lhe
peço um aparte, porque eu tenho esperança de que V. Exa mude de
posição. Vossa Excelência chega de Copenhague, e os ônibus do BRT, que é o
sistema que vamos implementar, são movidos a gás natural. Nós vamos retirar 30
mil viagens de ônibus, V. Exa sabe a quantidade de diesel, de fumaça
que é despejada nessas viagens, diariamente, no Centro da Cidade? E vamos
trocar os ônibus dessas viagens por ônibus rápidos que circularão por vias
expressas e que deixarão o povo no Centro da Cidade, nos locais em que aqueles
30 mil ônibus não vão mais circular. Portanto, é melhoria ambiental que vai
acontecer, V. Exa sabe disso, e essa melhoria é, talvez, entre
tantos méritos, o maior mérito desse Projeto. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Ver. Valter, quanto a isso, eu tenho acordo. Eu só discordo de que
tenha que ter estações, porque, nos pontos, assim como em Copenhague, está
aqui: estação do trem, do metrô, bicicletário e do ônibus integrados, e é na
rua, vejam! (Mostra fotografia.) Não tem obra física nenhuma! A integração é
através desse bilhete que você adquire, se você tem o bilhete integrado, não
precisa da obra física. No mais, no mérito, quanto a concentrar em grandes
veículos a ida ao Centro, eu sou de acordo. Sou contrário ao gasto de 200
milhões de dólares com uma obra física que embreta as pessoas. Obrigado pela
atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
o PLE nº 038/09.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores; Ver. Carlos Todeschini, V. Exa é um
Vereador muito experiente e sabe muito bem que, quando a administração vai
buscar dinheiro lá fora, precisa apresentar uma contrapartida, e ela é equivalente
ao que traz. Então, quando V. Exa fala que o Governo não está
pedindo autorização para 100 milhões, V. Exa sabe que não está, na
verdade, correto na sua afirmação. O Governo está pedindo autorização para 100
milhões, porque o resto é a contrapartida que tem de vir. Então, para todos os
projetos que requerem dinheiro de fora, tem que ser assim, tem que haver a
contrapartida.
Eu concordo com V. Exa que esse Projeto
- e eu tenho certeza de que essa é uma preocupação do Governo - deve ser feito
de maneira que haja a integração entre os modais. Essa integração não pode ser
simplesmente como V. Exa observou em outras regiões do mundo,
porque, afinal de contas, nós temos aqui, pelo menos nesta fase, uma cultura um
tanto quanto diferente. Tentaram, por exemplo, fazer a implantação de
bicicletários, na forma como existe hoje em Paris. O que aconteceu aqui é que
as bicicletas deixadas com cadeado foram roubadas, enquanto, lá na França, as
pessoas abrem o cadeado, pegam a bicicleta e seguem o trajeto necessário para
fazer com que haja a ligação e a integração entre os sistemas. Aqui nós ainda
não conseguimos fazer com que, neste estágio cultural que nós estamos, essa
integração possa se dar da maneira tranquila como se dá lá; aqui há uma forma
diferente.
Eu estou preocupado também, e V. Exa
sabe, com a implantação do metrô, que não depende, na verdade, de recursos aqui
do Município. O metrô depende de recursos que serão liberados pelo Governo
Federal. Ou, então, de alguma coisa que pode ser feita via iniciativa privada,
porque os recursos são muitos.
Eu vejo que há, por exemplo, Emendas dentro do
processo que querem que aquilo que está sendo destinado agora para os Portais
seja equivalente ao que será destinado para o projeto do metrô. Ora, não dá
para ser isso, porque, quando se fala em cem milhões de dólares para os Portais
da Cidade, nós estamos em via de viabilizar os Portais com os cem milhões de
dólares mais a contrapartida. Agora, no caso do metrô, isso não daria nem para
o começo, precisaria de um dinheiro muito maior para poder fazer a implantação
de metrô aqui na nossa Cidade.
Com toda a certeza, o Projeto que estamos votando
aqui é apenas uma autorização para que o Prefeito possa buscar recursos - cem
milhões de dólares - que terão uma contrapartida aqui, mas não estamos votando
qual será o Projeto, porque, como vai funcionar, não está no Projeto que
estamos votando. O que nós estamos votando é simplesmente uma autorização e a
forma como se dará, depois, o retorno desse dinheiro e as compensações, tudo isso
não está sendo votado.
Claro que há Emendas, Ver. Adeli Sell, que temos
que respeitar, porque elas falam na preocupação que tínhamos quando votamos
aqui o Plano Diretor, sobre a implantação da linha do metrô. Acho que temos que
perseguir isso, muito embora os Portais da Cidade venham dar uma solução
primeira para os problemas que temos no trânsito na nossa Cidade, mas não
podemos fechar os olhos, porque, mesmo com a implantação dos Portais, temos que
continuar perseguindo a implantação da linha do metrô. E, com a integração
entre os modais, Ver. Reginaldo Pujol, dentro de poucos anos teremos o trânsito
da nossa Cidade fluindo muito melhor do que temos hoje. Agora, pelo amor de
Deus, estamos votando apenas uma autorização para que o Prefeito possa buscar cem
milhões de dólares; não estamos votando nenhum Projeto que possa dizer que o
sistema vai ser implantado dessa ou daquela maneira. Não está escrito isto,
pelo menos no Projeto que estamos votando aqui.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Valter Nagelstein solicita a palavra para
uma Comunicação de Líder.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Informo ao Líder do Governo que, durante a
discussão do Projeto, não é possível o uso da palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Eu gostaria de fazer um apelo. Eu não tenho necessidade, não vou almoçar
e vou continuar aqui, mas eu gostaria de fazer um apelo aos Vereadores que não
saiam, porque, de repente, nós vamos ter problema de quórum. Eu quero lembrar
que hoje é o dia de uma das votações mais importantes que este Legislativo teve
ao longo deste ano. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu não estive na coordenação dos trabalhos na parte
inicial. Foi feito um acordo de continuar, no entanto, vários Vereadores já
disseram que vão sair às 12h15min, 12h30min. Então, eu peço que se acertem
sobre isso para a retomada dos trabalhos.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu não acredito... Sr. Presidente, eu não quero atrapalhar o outro
debate que está tendo aqui, que parece que é mais produtivo.
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Srs. Vereadores, por favor, há um Vereador na
tribuna! Eu peço silêncio no Plenário para que se continuem os debates.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Eu quero que retome o meu tempo, Sr. Presidente, eu
já perdi meio minuto.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Reginaldo Pujol, eu venho pedir rapidamente, eu acho que o Líder do Governo tem
que se acalmar um pouco, ele está atrapalhando o debate.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vejo que nós
estamos iniciando o último Gre-Nal do ano aqui, e parece incrível que nem nesta
Casa a gente escape do maniqueísmo. Nós estamos histericamente discutindo um
processo que, especialmente para os Vereadores que já aqui se encontravam o ano
passado... (Pausa.) Presidente, nessas condições eu não vou fazer uso da
palavra, Vereador-Presidente. (Pausa.) Não tem nem Presidente!
(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, vou suspender a Sessão. Quando
reinar o silêncio no Plenário, devolvo o tempo de cinco minutos do Ver.
Reginaldo Pujol.
Vou cumprir o acordo de que os senhores foram
fiadores: até às 14 horas! Se não houver quórum, não é problema do Presidente.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr. Presidente, eu cheguei aqui às 9h30min. Eu senti que os Vereadores
não queriam que esta Sessão fosse direto até às 14 horas e, sim, voltarmos às
14 horas. Mas, todos voltaram atrás: “Não, vamos ficar e vamos ficar”! Eu
liguei lá para a Rádio - ninguém tem nada que saber dos meus problemas -, e eu
saí do ar do meio-dia às 14 horas para ficar aqui, e agora vou continuar aqui.
Não precisa ninguém vir aqui no microfone dizer para eu não sair do Plenário,
porque eu sei das minhas obrigações!
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 12h03min.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 12h04min):
Estão reabertos os trabalhos.
Devolvo a palavra ao Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu prometo não abusar da paciência dos colegas, mas quero salientar
o seguinte: estamos discutindo, aqui, fatos que não são novos. Não é novidade;
especialmente para os Vereadores que se encontravam aqui na Legislatura passada
e na Legislatura anterior.
O Ver. João Antonio Dib e o Ver. Luiz Braz devem
lembrar-se perfeitamente bem de que, há alguns anos, por proposta do Governo da
época, que era comandado pelo Partido dos Trabalhadores, nós aprovamos aqui na
Casa um Projeto semelhante que buscava a racionalização do transporte coletivo
na Cidade, e que previa que só determinados tipos de ônibus ingressariam no
Centro da cidade de Porto Alegre, e que, fora do perímetro central, haveria o
transbordo para outros veículos, daqueles que viessem para o Centro da cidade
de Porto Alegre. Todos nós sabemos, Ver. Adeli - e eu quero dizer que V. Exa
me surpreendeu, hoje, porque todos, perto do Natal, ficam na paz e amor! V. Exa
foi de paz e amor o ano todo, e agora, no final, veio guerreiro, batendo forte.
Mas esqueceu-se de alguns fatos, Vereador: Porto Alegre não começou hoje nem
vai terminar amanhã, e Vossas Excelências participaram de quatro governos na
Cidade e enfrentaram problemas assemelhados.
Nós não estamos aqui excluindo o metrô, porque,
inclusive, a Trensurb tem interesse nessa integração! Uma das propostas dos
Portais da Cidade, Ver. Ferronato - V. Exa, que é homem de oposição,
equilibrado -, é fazer com que a população de Porto Alegre tenha acesso à
Estação São Pedro do metrô, e possa, com a mesma passagem, vir de metrô para o
Centro de Porto Alegre ou ir para Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo e para
toda a Zona Norte do Estado do Rio Grande do Sul.
Não vão querer desmoralizar um Projeto antes de ele
ser posto em prática! Eu fico impressionado com a pequenez com que, às vezes,
Ver. Beto, se discutem as coisas nesta Casa. Acha-se que cem milhões de dólares
é uma coisa astronômica. Isso é pensar pequeno. Eu gostaria de estar discutindo
um bilhão de dólares de obras na cidade de Porto Alegre, especialmente se
houvesse - aí, Ver. Beto, eu o coloco no debate - um mote ambiental. Retirar essa
quantidade enorme de ônibus da Av. Salgado Filho é fazer uma limpeza ambiental
no Centro Histórico de Porto Alegre; esse é o objetivo central do Projeto! Vai
haver alguns problemas? É claro que sim!
Pena que o Ver. Dib não esteja presente. Muitos
anos atrás se fez a Operação Integrada na área sudeste de Porto Alegre. Na
ocasião, Ver. Ervino, a passagem, nessa área, foi reduzida de 25% a 30%. A
coisa deu errado, porque, como é comum no Brasil, quando se encontra uma
dificuldade, em vez de se enfrentar o problema, a gente o contorna. Acabou-se
com o BNH, acabou-se com a Operação Integrada, porque, como eram próximas das
eleições, todo mundo faz o que as pessoas reclamam que seja feito. Isso ganhou
apelo de “sensibilidade”, que eu apelidaria de “irresponsabilidade” com a
Cidade. Se tivessem ajeitado aqueles problemas que surgiram, e que muito se
davam em função da descontinuidade de governo, porque houve, nesse meio tempo,
a transferência do comando da Prefeitura - que era exercida, há muito tempo,
por um mesmo Partido, para outro Partido. O outro Partido tinha um discurso
contrário à integração, acabou com a integração, ganhando, com isso, os
aplausos de alguns setores.
Não dá para comparar Porto Alegre com Copenhague,
com cidade nenhuma, porque Porto Alegre tem as suas características próprias. O
nosso Centro Histórico não é centro, é uma península encravada aqui na Cidade.
Nós temos que reduzir o número de veículos que aqui
entram, porque o mesmo veículo que entra, depois tem que sair, Ver. Alceu
Brasinha, e isso dá duplo fluxo. Não comparem Porto Alegre com outras cidades,
porque não dá para comparar.
Eu diria, com toda honestidade, que este Projeto é
bom, é pena que nós estejamos aqui discutindo só 100 milhões de dólares, eu
queria muito mais. Queria que não só as passagens de nível na Perimetral, que
já superamos, tivessem recursos, mas que outras obras também o tivessem, e
essas outras obras nós vamos buscar na Parceria Público-Privada, porque eu, o
Brasinha, e as pessoas que acreditam nesta Cidade, não temos medo de fazer
parcerias. O Ver. Beto Moesch, que é defensor do meio ambiente, fez belíssimas
parcerias para levar adiante a sua proposta de defesa do meio ambiente. Para se
fazer o bem, nós temos que buscar alternativas que são possíveis de serem encontradas.
Por isso o meu apelo: não vamos fazer discussão
inconsequente; vamos pensar na possibilidade de resolvermos vários gargalos no
trânsito de Porto Alegre, que, muito mais do que um eventual transbordo,
prejudica toda a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, quero garantir todas as falas,
porém, faço um apelo: os Vereadores que entenderem que podem utilizar menos de
cinco minutos nesta matéria, estarão contribuindo com a votação dos outros
Projetos.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir
o PLE nº 038/09.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na
realidade, os Portais da Cidade não passam de um instrumento que o Governo
encontrou, um dispositivo para nós tentarmos diminuir esse caos, Ver.
Ferronato, que enfrentamos no trânsito da Cidade.
O engraçado é que há pessoas que, dependendo do
Projeto, viram ambientalistas. Agora, um Projeto para dar uma enxugada no
trânsito da Cidade, para diminuir a poluição da Cidade - Ver. Todeschini, agora
V. Exa é contrário a esse enxugamento?!
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado
pela sua gentileza, Ver. Nilo. Eu quero afirmar que sou a favor da integração,
acho que a ideia é válida. Sou contrário à construção de estruturas potentes,
caríssimas, como as ilhas de integração. Esse é o problema. Quanto ao mérito,
quanto à integração, eu sou absolutamente a favor, e dou o meu apoio. Agora,
não concordo com esse custo de 500 milhões de reais - esta é a diferença que
temos. Nós podemos muito bem fazer a integração por meio de um sistema de
bilhetagem, que funcionará perfeitamente; a integração pode ser feita nas ruas,
nas paradas e em mais de um ponto, inclusive facilitando a vida, o planejamento
e a administração do setor.
O SR. NILO
SANTOS: Obrigado pelo seu aparte. Isso até me ajuda a esclarecer. Eu não sei se
acredito que V. Exa é favorável, porque, na revitalização do Cais,
V. Exa disse que era favorável, e, votou contra. V. Exa é
contra o desenvolvimento! Agora, V. Exa dizer que é favorável, que a
desculpa está na despesa toda - eu não acredito. V. Exa é contra.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) É claro,
Ver. Nilo Santos, que tudo que é apresentado pelo Prefeito Fogaça não tem
fundamento; o que tem fundamento são as coisas erradas que eles fizeram na
Cidade e que eles acham que foram certas, isso, sim! Com relação ao Projeto
Portais da Cidade, Ver. Nilo Santos, ele trará emprego, porque vai haver um
moderno terminal para circular, e mais ainda: vai alavancar o setor de
funcionários. Isso, sim, é bom para a Cidade! Eu quero isso, acho bom e tenho
certeza de que V. Exa vai defender sempre, porque é bom para a
Cidade.
O SR. NILO
SANTOS: Com certeza, Ver. Brasinha. Obrigado pelo seu aparte.
Senhoras e senhores, os Portais da Cidade
funcionarão como organizadores do nosso trânsito, eles enxugarão o Centro da
Cidade; é para facilitar, não para dificultar. Esse discurso todo de que vão
gastar tanto... Quem quer melhoria para a Cidade, é lógico que vai ter que
investir. Nós fomos iludidos pelo metrô, sonhamos com o metrô, e o Lula
simplesmente nos iludiu! A Deputada Maria do Rosário jogou contra o seu Estado,
jogou contra Porto Alegre! A Deputada Maria do Rosário simplesmente dificultou
ao máximo! Infelizmente, para a Bancada de oposição, um dia nasceu nesta terra
um Prefeito chamado José Fogaça! E não é que o homem está revolucionando? O
homem vai revitalizar o Cais; o homem está criando os Portais da Cidade; o
homem está trazendo desenvolvimento para a Cidade! Infelizmente, Ver. Mauro
Pinheiro, mas vamos fazer o quê? A população disse: “Nós queremos o Fogaça de
novo! Queremos!” Agora tem que deixar trabalhar, deixem-no seguir nessa linha
de desenvolvimento! Depois poderá ser o seu Governo que dará continuidade; é
uma visão que nos leva a um futuro. Desculpe, Ver. Mauro Pinheiro, mas é que o
meu espaço de tempo é muito curto; são só cinco minutinhos...
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) O homem
está revolucionando, graças aos projetos que fizemos no passado.
O SR. NILO
SANTOS: Claro! E assim como virão os projetos do futuro! É assim que funciona!
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Nilo, V. Exa fala tanto que o Lula não quer o metrô em Porto Alegre.
O Lula, no ano de 2010, termina o seu mandato de Presidente; quem sabe ele não
vem a ser Prefeito de Porto Alegre, e, aí, sim, nós poderemos cobrar dele.
Agora, o Prefeito Fogaça gosta muito é de obras
grandes, porque os buracos na Cidade estão tomando conta. Agora, obras grandes
de 500 milhões de reais, 400 milhões de reais, há bastantes; essas ele quer
fazer, mas com o dinheiro público. Nós vamos ter que investigar essas
licitações do Prefeito Fogaça.
O SR. NILO
SANTOS: Obrigado, Ver. Mauro Pinheiro, V. Exa contribuiu muito para
os Portais da Cidade.
Parabéns ao Governo Fogaça! Parabéns para Porto
Alegre! Parabéns para esta Casa! Viva os Portais da Cidade! Vamos conquistar
esses Portais, com certeza. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLE nº 038/09.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado Presidente, Sebastião Melo, é esta a nossa
última Sessão do ano. Quero aqui cumprimentá-lo pela sua condução dos trabalhos
durante esses dois anos na Casa. Colegas Vereadores e Vereadoras, quero aqui
fazer a minha intervenção em dois eixos. Primeiramente, Ver. Adeli Sell,
Presidente do meu Partido, quero lhe dizer que V. Exa está errado:
Porto Alegre não está atrasada 30 anos. Porto Alegre está, com este Projeto,
num atraso de 35 anos! Este Projeto foi concebido pelo então Prefeito Jaime
Lerner, em 1974, e agora Porto Alegre quer copiar um projeto que já está
ultrapassado na história. Eu quero dizer o seguinte, Ver. Ervino Besson:
construir estação de transbordo... Um morador que mora lá na Vila Pitinga pega
um ônibus, faz transbordo na estação do bairro Restinga, vem por Belém Velho,
faz transbordo na estação de Belém Velho, virá até a Azenha e fará outro
transbordo para chegar ao Centro! Que modelo é esse: “inovador”?! Esse é um
modelo de retrocesso! E, se não apresentar um modal novo, que é o trem, seja ele
subterrâneo ou trem de superfície - e aqui temos que dizer, com todas as
letras, que o Prefeito Fogaça foi omisso neste Projeto! O Prefeito Fogaça nunca
disse publicamente que defende o metrô ou o trem de superfície. Eu quero que
vocês aqui, da base do Governo - e desafio o Líder do Governo -, me tragam uma
reportagem em que o Prefeito Fogaça tenha assumido a vanguarda do metrô ou do
trem de superfície em Porto Alegre. Eu os desafio! Tragam-me uma reportagem;
uma só! E dizer que a Deputada Maria do Rosário, Ver. Nilo Santos... Você aqui
foi injusto! Ela coordenou a proposta com a Bancada gaúcha; inclusive o seu
Deputado, o Busatto, de Canoas, votou favoravelmente - e foi gravado o dinheiro
- para poder trabalhar. Porém, tinha que chegar o Projeto; o Projeto não
chegou! E não chegará, se depender do Fogaça!
O segundo eixo de que quero tratar, Ver. Sebastião
Melo, Presidente desta Casa, também do PMDB: esta Casa tem que parar de aprovar
projetos em que se aprova o recurso sem conhecer o projeto. Nós temos que mudar
o Regimento da Casa. Para aprovação de recursos tem que se aprovar primeiro o
projeto que esse recurso incidirá. A Casa está, novamente, discutindo um
Projeto de financiamento de 100 milhões de dólares sem conhecer o Projeto!
Portanto, não podemos votar um cheque em branco, porque - e aqui eu quero
trazer para a Câmara -, neste momento, a Câmara está passando, Ver. Sebastião
Melo, por um processo de constrangimento vergonhoso, pois o Secretário se nega
a vir a esta tribuna prestar esclarecimentos sobre os projetos que nós
aprovamos aqui para financiar 585 milhões do Pisa. E ontem ele veio a esta
Casa, numa reunião quase secreta, porque os Vereadores não ficaram sabendo -
quase secreta - e pediu para que a reunião fosse a portas fechadas, sem que a imprensa
pudesse participar.
Nós não podemos aceitar essa lógica: aprovar 100
milhões sem conhecer o Projeto, com o Secretário negando-se a vir a esta
tribuna para dialogar sobre como se aplicam os recursos, sobre as suspeitas de
licitação, sobre a gravação que expusemos aqui, em que o Secretário Tatsch fala
com os empresários acordando de que maneira vai ser feito o edital, o edital do
Pisa! E a nossa Bancada e a oposição votaram favoráveis ao empréstimo dos 585
milhões do Pisa! Agora querem que nós venhamos a votar novamente mais 100
milhões com esta postura que está se constituindo em Porto Alegre, um cartel,
coordenado pelo Secretário da Fazenda? Isso é impossível! É esta a discussão
que nós estamos fazendo. É esta a discussão que tem que ser feita nesta Casa;
não dá para dar um cheque em branco!
Eu concluo, Sr. Presidente, e digo que é vergonhoso
esta Casa fazer reuniões secretas - secretas -, sem a participação da imprensa,
seja nas Comissões ou no plenário. Eu quero, ainda, receber aqui o Secretário
Tatsch para debater, frente a frente, o problema das acusações de desvios do
recurso do Pisa. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
uma Questão de Ordem.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu só quero informar - e que fique consignado - que,
quando houve a decisão da vinda do Secretário Cristiano Tatsch, aqui, que ele
atendeu a um chamamento, e aqui está o Presidente da CEFOR, a Verª Maria
Celeste, Líder da Bancada do Ver. Comassetto; ela estava presente e teve
ciência.
Então, Ver. Comassetto, não diga isto, por favor,
porque a Líder da sua Bancada estava ciente da vinda do Secretário aqui. Muito
obrigado.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, apenas apelo para que se detenham na discussão do
Projeto, porque senão ficam só fuxicando na tribuna, com uma postura leviana de
acusações, o que fica ruim demais, e depois ainda não concedem aparte; chamam
para discussão, mas não concedem aparte, ficam fuxicando sozinhos.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, de fato, Ver. Valter Nagelstein, eu estava na reunião.
Fui chamada pelo Ver. Mauro Pinheiro, e fomos comunicados de que o Líder do
Governo havia solicitado também a presença do Secretário no dia de ontem, mas
não tivemos a confirmação dessa agenda.
Fomos surpreendidos, ainda mais, não só com a
solicitação do Ver. Dib, que dizia que a imprensa não deveria ser chamada - e
com isso tínhamos relativo acordo para ser uma reunião só da Comissão -, mas
vamos encaminhar formalmente a V. Exa um requerimento para que a
CEFOR se manifeste sobre a deliberação que houve ontem, não deliberando, não
dando a palavra aos Vereadores que estavam na Comissão e que não pertenciam à
Comissão. Isso para nós é mais grave, pois é inadmissível que os Vereadores da
CEFOR disponibilizassem a palavra aos quatro integrantes do Governo, a três
Secretários, ao Líder do Governo nesta Câmara Municipal, que puderam usar a
palavra, e os Vereadores da Bancada do PT, que foram à Comissão, que estavam
por aqui e conseguiram chegar, porque a reunião foi realizada às duas da tarde,
e, portanto, os Vereadores que estavam em outros compromissos aqui na Casa,
dirigiram-se para a Comissão, mas foram retaliados, não foi disponibilizada a
palavra a estes Vereadores. Portanto, não se cumpriu o Regimento Interno no que
tange à participação dos Vereadores nas Comissões.
Nós estamos redigindo um Requerimento a V. Exa,
mas já quero verbalizar a nossa inconformidade com a quebra do Regimento na
CEFOR, ontem à tarde, que disponibilizou a palavra a três Secretários, ao Líder
do Governo, e apenas o Ver. Mauro Pinheiro, da nossa Bancada, pôde se
manifestar e fazer as perguntas. Portanto, vamos encaminhar esse Requerimento
sobre a questão do Regimento, e vamos encaminhar um segundo Requerimento,
solicitando o comparecimento dos Secretários ao plenário, já que tiveram a
disponibilidade de vir, ontem à tarde, numa reunião secreta, acordada para que
a imprensa não participasse, que venham também ao plenário, que deem as
explicações, porque aqui tem um regramento que certamente será cumprido através
do Regimento, no comparecimento.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, eu vou conceder a palavra a todos,
mas eu faço um apelo na rapidez das manifestações. Nós temos várias inscrições
no Projeto dos Portais da Cidade.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, serei muito breve. Eu também quero colocar a minha
indignação, porque fiquei sabendo em cima da hora de que o Secretário Tatsch viria
à Casa. Eu tinha uma agenda na CECE, que o Ver. DJ Cassiá sabe, eu participei
de uma parte - foi uma agenda perdida por mim -, e, aí, cheguei à Comissão e
nós fomos impedidos de falar. É inaceitável esse desrespeito com os Vereadores
desta Casa. Quatro Secretários vêm aqui, estabelecem um horário, de uma hora
para outra, de manhã para tarde, de um tema tão delicado, e que a Cidade quer
esclarecer. Quero deixar registrado que me senti desrespeitada em relação aos
direitos, em relação aos outros Vereadores, porque eu sei que o Ver. Valter,
que não é da Comissão, interveio várias vezes.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Eu pretendia me manifestar à tarde, em Liderança, em razão da
movimentação que se criou. Mas eu gostaria da atenção de todos, até pela
importância deste tema. Nós fizemos uma reunião pela manhã, discutimos,
decidimos, e o Sr. Secretário esteve presente às 14 horas. Eu gostaria de fazer
um Requerimento, aqui, para que se buscasse na CEFOR, está lá gravado,
estiveram presentes, além de todos os Vereadores da Comissão, o Ver. Valter
Nagelstein, a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Aldacir José Oliboni. Eu gostaria de
pedir que se mencionassem quais Vereadores, dos que estiveram presentes,
pediram a palavra, e se houve negativa. Nem o Ver. Oliboni e nem a Verª Sofia
pediram a palavra, senão eu daria.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, primeiro, eu quero garantir o
seguinte: se for necessário, Ver. Aldacir José Oliboni, e se for o entendimento
do Plenário, assim que nós terminarmos esta pauta de votação, eu abro uma
Sessão Especial, para que as Bancadas - porque é o último dia de trabalho -
façam as suas manifestações.
(Aparte antirregimental do Ver. Engenheiro
Comassetto.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas eu não estou falando disso, Ver. Comassetto. V.
Exa está sendo indelicado comigo. Eu estou dizendo que a Presidência
está aberta. Se os senhores entenderem que algum tema, durante esta Sessão, não
ficou esclarecido, eu abro uma Sessão Especial, para que as Lideranças
partidárias possam se manifestar. É disso que eu estou falando! Ponto! Então,
por favor, “vamos devagar com o andor, porque o santo é de barro!”
Ver. Oliboni, com rapidez, Vereador!
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, bem rápido. Ontem, quando cheguei à CEFOR, estava
acontecendo uma reunião, e estava falando o Secretário Tatsch, e, a uma certa
altura, após a sua fala, o Ver. João Antonio Dib encaminhou um Requerimento,
dizendo que havia um acordo da Comissão em que participariam, e poderiam falar,
apenas os Vereadores da Comissão, os demais Vereadores e a imprensa não
poderiam participar. Eu, simplesmente, venho aqui e faço este registro, como
testemunha, dizendo que procede o Requerimento da nossa Líder, Verª Maria
Celeste, e, como eu poderia ficar somente como ouvinte, disse que não ficaria e
retirei-me da sala.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Assim que eu receber o Requerimento, Verª Maria
Celeste, eu farei o despacho cabível sobre a matéria.
O SR. PEDRO
RUAS: Apenas no sentido de colaborar com a Mesa, Excelência. A Bancada do PSOL
aceita a sugestão de V. Exa de fazer, após as votações, uma reunião
de Liderança, porque, para nós, do PSOL, é de extrema relevância que este fato
seja esclarecido. Não é possível que determinadas figuras, que hoje constam na
imprensa como objeto de investigação da própria Polícia Federal, compareçam de
forma reservada, não diria secreta, à Câmara, sem o acesso a todos os
Vereadores e da imprensa. Portanto, queremos o debate, e aceitamos a sugestão
de V. Exa para, logo após as votações, fazermos uma reunião urgente
de Lideranças para tratar deste tema. É muito importante, até porque não se
admite que, na Casa, um Vereador não possa falar.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom, esta matéria está encerrada.
(O Ver. Engenheiro Comassetto solicita a palavra.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador, se for uma Questão de Ordem sobre os
Portais da Cidade, eu vou aceitar; se não for, não vou aceitar! Se for sobre os
Portais da Cidade, eu vou aceitar; se não for, eu não vou aceitar! Concedo a
palavra para tratar do Projeto sobre os Portais da Cidade.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente...
(Manifestações paralelas. Ininteligíveis.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedo Questão de Ordem sobre os Portais da Cidade
ao Ver. Comassetto.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sobre a minha
fala agora na tribuna, acho que houve um mal-entendimento de sua parte;
peço-lhe desculpas, porque não foi uma desconsideração à sua condução. Eu disse
que o tema está vinculado a discutir projetos e a vinda do Secretário nesta
Casa, sobre este tema também. Queria retificar, essa é a questão. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou
muito preocupada com este Projeto que chegou aqui. Na realidade é um Projeto de
autorização de operações de crédito para um megaprojeto da Cidade.
Quero aqui lembrar do episódio de 2007 ou 2008,
quando também fomos, no apagar das luzes, no final do ano, induzidos a aprovar
operações de crédito como esta, um grande montante, para a realização do
Projeto Pisa/DMAE. Naquele apagar das luzes, fomos todos convencidos de que era
muito importante a operação de crédito com o BID, com a Caixa Econômica
Federal. Eram milhões de dólares envolvidos para pensar a Cidade do futuro, o
saneamento básico, o esgoto tratado, passar de 27% para 77%. Quem não quer
isso? Todos nós queremos e todos nós aprovamos, Ver. Haroldo de Souza, nós
aprovamos e demos um cheque em branco. Mas tivemos o cuidado de colocar uma
Emenda que dizia - nos três projetos de operação de crédito - que no espaço de
30; os outros, um espaço de 60 dias, seria apresentado nesta Casa o Projeto que
dá conta daquela operação de crédito.
Sr. Presidente, eu já encaminhei e oficiei a V. Exa
que disponibilizasse o cumprimento daqueles três Projetos de Lei que deveriam
estar aqui na Casa e que até agora não chegaram. É o Prefeito
Fogaça descumprindo a Lei! Não estão nesta Casa os projetos que dão conta da
operação Pisa/DMAE. Não vieram; não houve cumprimento da Lei!
E agora vem o Projeto
Portais da Cidade, reintroduzindo a maléfica experiência da baldeação,
novamente, com a mesma característica e configuração. Milhões de dólares
disponibilizados para um megaprojeto, que tinha uma configuração, e que agora,
na revista Veja, mostrada pelo Líder do Governo na propaganda Municipal de
Porto Alegre, já apresenta outra. Já são outros os lugares dos terminais. O
Projeto é uma operação de crédito, é um cheque em branco que mais uma vez a
Câmara Municipal vai dar ao Prefeito Fogaça. E mais adiante pode acontecer o
que está acontecendo com o Pisa/DMAE: irregularidades, denúncias, questões que
levam a dúvidas, ligando a questão à Operação Solidária. Vergonhosamente os
Secretários não vêm aqui no plenário; vão se esconder na CEFOR, limitando a
participação e a voz dos Vereadores, respondendo o que querem responder apenas
ao Líder do Governo, fugindo deste Plenário. Mas temem o quê? Estão com medo do
quê? Quem não deve não teme! E não deveria temer o Secretário Cristiano Tatsch,
que é o Secretário da Fazenda, que vai articular esse Projeto; nem o Secretário
Clóvis Magalhães, todos com suspeitas de denúncias de favorecimentos de
comissões.
E agora, mais uma
vez, Sr. Presidente, à custa do povo de Porto Alegre, do sacrifício que será
essa baldeação, de simulações que a própria EPTC tem e mostra - está na
Internet - em que, só no Terminal Cairú, para sua compreensão, Sr. Presidente,
com 300 passageiros chegando por minuto, quantos ônibus teremos que ter para
deslocar até o Centro? No mínimo cinco. As pessoas vão perder 15 minutos para
descer do seu ônibus e acessar o outro. É isso que significa esse projeto para
a Cidade: baldeação à custa do suor do povo.
E com muita
preocupação, um projeto dessa magnitude, neste momento, com suspeitas, com
dúvidas, com indícios em relação aos outros projetos que foram aprovados aqui,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, da mesma forma, no apagar das
luzes. Não vamos compactuar com isso, não daremos um cheque em branco para
acontecer novamente o que está acontecendo em relação ao Projeto Pisa/DMAE.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, quero agradecer ao Ver. Mauro Zacher, que estava inscrito e
desistiu, dizendo que vai fazer o encaminhamento da matéria; o Ver. Pancinha
também desistiu, o Ver. Pedro Ruas vai se inscrever também, e isso mostra a
grandeza...
Para que não
interrompamos o trabalho, vamos providenciar lanche aos Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras.
O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir o PLE nº 038/09.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver.
Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste aqui ou pela TVCâmara, este tema é de extrema importância, Ver.
Brasinha, e precisamos fazer algumas reflexões e considerações. A Bancada de
oposição vem a esta tribuna e eu fico pensando: eles nunca querem nada! Eu vou
citar alguns pontos e itens importantes que este Governo fez e que vocês não
deram apoio e não estão dando apoio, o que, no meu conceito, é uma coisa muito
vergonhosa, porque é uma oposição pela inveja e não porque
não concorda no seu conteúdo. Setenta por cento da Bancada do PT não votou no
Projeto do Cais do Porto, Porto Alegre! A população de Porto Alegre tem de
saber: 70% da Bancada de oposição votou contra! Eles não querem orla, não
querem nada para ninguém! Mas sabem por quê, senhores? Porque ficaram 16 anos
no Governo, e não tiveram competência. E, agora, olha só, vem o Governo e
começa a desenvolver o Pisa. O Pontal não quiseram, Cais do Porto votaram
contra; o Conduto Álvaro Chaves, estiveram durante dezesseis anos e não tiveram
a capacidade de iniciar essa grande obra! Aí vem o outro Governo e, de fato,
toca o Projeto que ficou no meio do caminho quando os senhores estavam no
Governo.
Eles não querem os
Portais, são contra! E vêm falar em ecologia, senhores, gastando o dinheiro
público, indo lá na Dinamarca para ouvir o quê? Para ser contra a ecologia de
Porto Alegre? Façam o seguinte, fiquem com uma caneta e um papel nas entradas
de Porto Alegre, ali pelo viaduto Conceição, lá do outro lado, e vejam quantos
ônibus entram, praticamente, com cinco, seis, dez pessoas! São centenas, são
milhares de ônibus que chegam praticamente vazios, emitindo cada vez mais CO2.
E um Projeto que trabalha na redução de CO2! Foram à Dinamarca gastar o
dinheiro público de Porto Alegre, do contribuinte, do munícipe de Porto Alegre,
para quê? Vocês estão se lixando com a Cidade, vocês não querem nada! Para mim,
a classificação que eu faço de vocês é que vocês são o Partido da arqueologia,
só ruínas, são os verdadeiros tranca-rua, estão sempre trancando, não querem a
coisa, não deixam a coisa avançar! Não querem orla para ninguém! Não querem
Guaíba para ninguém! Não querem pôr do sol para ninguém! Por quê? Porque não
fizeram, não tiveram capacidade e competência de tocar os projetos!
O Projeto Portais da
Cidade vai ajudar no fluxo, na chegada das pessoas. Agora, se alguém tiver de
perder dez minutos para ter uma Cidade ou ter um Centro muito mais humano, qual
o problema? Qual o problema de perder cinco ou dez minutos? O mais importante é
a vida! Do jeito que está Porto Alegre, é um caos! Não funciona, tranca tudo! Isso
não é doença? Quantos carros emitindo, no Centro, CO2 o tempo todo? Vocês não
tiveram projeto para isso. Por que não apresentaram um projeto nos 16 anos, o Senhor
que foi à Dinamarca, Ver. Todeschini, que foi lá trazer conhecimento? Aí, chega
aqui e quer trazer bicicleta, pessoas na rua - isso é utopia -, na chuva, não
querem condições, conforto para as pessoas. Está ali, se o Senhor quiser, eu
mostro a fotografia, me traz que eu mostro na televisão.
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. ELIAS
VIDAL: É o que o senhor quer para Porto Alegre, eu mostro a sua fotografia na
televisão, deveria me permitir. O que V. Exa quer para a Cidade? Uma
coisa de qualquer jeito, a casa da mãe Joana! Isso é um deboche até para o
cidadão. No dia de chuva, o cidadão não tem nenhuma cobertura, a pessoa fica na
chuva, no sol? Esse é o respeito que V. Exa tem? Que o seu Partido
tem? Essa é a proposta para o povo, é ao relento, na chuva, no frio, no calor?
Esse é o respeito que tem pela sociedade? Convenhamos! Isso é um deboche até.
Vem com responsabilidade, vamos respeitar o povo que paga o meu salário, o seu
salário, e de todos nós aqui. Oferecer para a Cidade o relento para as pessoas?
Convenhamos! Então, Senhores, eu concluo as minhas palavras, dizendo o
seguinte, que vou votar a favor, porque é bom para a Cidade. E os Senhores vão
votar contra, provavelmente, como votaram no Cais do Porto, como votaram em
todos os bons projetos para esta Cidade, porque vocês acham o seguinte: “já que
não fizemos, o Fogaça não pode fazer”, porque se ele fizer, vão ter que dar os
louros e os aplausos a ele. E a Cidade? E a Cidade é que perde. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, primeiro, peço que os Vereadores
não façam apartes antirregimentais, porque não são permitidos. Se os Senhores
agirem dessa forma, nós vamos demorar um pouco mais; devemos ter o respeito aos
Vereadores que estão na tribuna. Aparte antirregimental não é permitido.
Segundo, que os Vereadores cumpram os cinco minutos, senão vamos fazer um
acordo, vamos passar para dez ou quinze minutos. Eu topo, não tem problema
nenhum. Agora, vamos ter a mesma regra para todos!
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLE nº 038/09.
O SR. BETO MOESCH:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, venho à tribuna para tentar dialogar um pouco sobre o
financiamento deste Projeto. Ver. Pedro Ruas, eu não era Vereador na época, mas
esta Casa, que eu saiba, votou, por unanimidade, o financiamento para as obras
da 3ª Perimetral. Eu acho que não foi correta a 3ª Perimetral, porque foi uma
via que priorizou o automóvel, o transporte individual, e é uma Avenida
recente, moderna. Na época, o que me restou fazer foi aumentar as compensações
ambientais daquela Avenida. Alegou-se, na época, que não seria para priorizar
os automóveis, uma vez que haveria corredores de ônibus. Temos corredores de
ônibus, mas uma linha de ônibus tão-somente, e temos um corredor ainda para ser
utilizado, pois está muito ocioso.
Portanto, a alegação
colocada na época, Verª Maria Celeste, não corresponde e não se efetuou, mas,
Ver. Aldacir Oliboni, votou-se, por unanimidade, o financiamento da obra da 3ª
Perimetral, em detrimento do metrô, em detrimento de um transporte coletivo moderno,
menos poluente e com mais inclusão, com mais participação. Falou-se muito aqui
de outros modais, aos quais sou favorável, mas se precisamos de novos modais, o
modal rodoviário, o modal ônibus não vai ser eliminado, pois um tem de ser
complementar ao outro. Fala-se muito pouco - e temos de aproveitar esse debate
- no modal fluvial. Não se fala no modal fluvial, Ver. Aldacir Oliboni! E todos
os governos têm se colocado contrários, todos, pois é muito caro. Mas é muito
mais barato do que o metrô, é mais caro do que o modal rodoviário, sim. O que
quero colocar para os meus dois debatedores, Ver. Aldacir Oliboni e Pedro Ruas,
é que eu entendo, da forma mais isenta possível, que nós não podemos negar
financiamento para a tentativa de melhorar o transporte coletivo.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
colega Ver. Beto Moesch, com todo o respeito à sua posição e como V. Exa
é um grande defensor do meio ambiente, eu pergunto: com a mudança do portal do
Zumbi dos Palmares, esse outro portal será ao lado do Internacional e adentrará
o parque Marinha do Brasil, V. Exa, que defende tanto o meio
ambiente, imagine o impacto econômico, social e de vizinhança que vai haver
ali. V. Exa seria favorável a isso?
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para
fazer um registro: sobre o mérito do conjunto do depoimento de V. Exa,
me manifestarei depois, no meu tempo. Apenas quero registrar, Ver. Beto Moesch,
que o transporte fluvial de passageiros é mais barato do que o metrô e mais
barato do que os Portais. Portanto, é mais barato do que as duas grandes
alternativas que estão sendo debatidas.
O SR. BETO
MOESCH: Lembro-me agora que V. Exa sempre advogou muito pela causa do
transporte fluvial.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Desculpe,
Ver. Beto, uma coisa não exclui a outra, Vereador. Todas elas podem estar
integradas.
O SR. BETO
MOESCH: Justamente! Coloquei que nós precisamos muito de dois outros modais, que
são o ferroviário e o fluvial, e isso não elimina o rodoviário. Pelo contrário,
é o que eu digo: nós temos um modal rodoviário, de ônibus, há mais de 30 anos,
com o mesmo sistema. Ele não mudou. Eu não sei se é com os Portais da Cidade,
mas nós não podemos manter o mesmo sistema de ônibus de mais de 30 anos, isso
nós não podemos. Como vai ficar a Av. Salgado Filho, como foi colocado aqui, se
não me engano pelo Ver. Pujol? Como fica o Centro da Cidade, que se transformou
num grande terminal de ônibus? Era necessário, na época, talvez, Ver. Haroldo,
porque todas as pessoas iam ao Centro, foi um período; hoje não é mais.
Então, é inadmissível, é insustentável, é poluente,
não é socialmente justo, é antieconômico nós mantermos um sistema que obriga
todas as pessoas a irem até o Centro sem precisar. Por isso, sou favorável à
diretriz do Projeto, que pode e deve ter, sim, no projeto da execução da obra,
alterações. Mas que nós precisamos de um novo sistema de transporte coletivo,
sim, nós precisamos. Por isso a importância do financiamento. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta última Sessão do ano, parabenizo-o
pela sua gestão durante este ano de 2009, e desejo que o senhor continue com a
sua carreira de êxito. Parabéns e sucesso, Ver. Sebastião Melo.
Ver. Elias Vidal, quero discordar de algumas
palavras suas, quando fala que a oposição é contra a Cidade, contra projetos.
Tenho certeza de que os 36 Vereadores são a favor da Cidade, Ver. João Antonio
Dib, e que todos querem o melhor para a nossa Cidade. O que temos são pontos de
vista diferentes, e, se há um debate, sempre é bom e oportuno, porque
desenvolve a busca por soluções para a nossa Cidade.
Eu acho de suma importância termos oposição e
situação, para que haja um debate qualificado. O que me preocupa, Ver. João
Antonio Dib, são fatos como os ocorridos no dia de ontem. Importante a presença
do Secretário Tatsch, do Secretário Clóvis Magalhães, do Presser, Diretor do
DMAE, na reunião na CEFOR, que se deu de forma rápida; mas o que me preocupou
foi a forma como foi conduzida. O Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo,
estava lá presente preocupado com o tempo, dizendo que a reunião tinha que
começar às 14h e terminar às 15h. De certa forma, me senti prejudicado, Ver.
João Antonio Dib, porque, na verdade, eu era o único da oposição que tinha o
direito de usar a palavra, quando tínhamos quatro Vereadores do Governo, mais o
seu Líder, com uma hora para perguntar e para discutir. A impressão que eu
fiquei é que aquela reunião foi simplesmente organizada para dizer: houve a
reunião, os Secretários estiveram na Câmara, já elucidaram os fatos e está encerrado
o assunto. Ao contrário.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte?
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Ver. Mauro Pinheiro, eu não vou diminuir as qualidades que V. Exa
tem; e são muitas, mas a reunião foi realizada da forma como nós concordamos. E
“nós” inclui V. Exa, eu, o Ver. Airto Ferronato e o Vereador que
ontem aqui estava, do meu Partido, o Sérgio Kaminski. Então, a reunião procedeu
normalmente, como nós combinamos, não foi imposta nenhuma condição por parte do
Secretário; ele veio, nós não podemos reclamar.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. João Antonio Dib, eu falo principalmente devido à preocupação que
eu tenho, porque acabou sendo conduzida como se fosse uma prestação de contas:
“Só podemos prestar assim, e é assim”. Bom, aceitamos e fizemos a reunião. E me
preocupa a forma como foi conduzida, porque o Ver. Valter Nagelstein estava
muito preocupado que poderia ser gravada. Pediram para retirar os jornalistas
da Casa; a jornalista do meu gabinete, que me auxilia, teve que se retirar da
reunião. E isso me preocupa. Por que isso? Por que uma jornalista não poder
participar? O Ver. Aldacir José Oliboni não pode fazer perguntas. É isso que me
preocupa.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa permite um aparte?
O SR. MAURO
PINHEIRO: E o que me preocupa, Ver. Valter Nagelstein, vamos falar dos Portais, é
que o senhor está pedindo, e o Executivo quer que autorizemos um financiamento
na ordem de cem milhões de dólares.
(Aparte
antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: Cem milhões de dólares, corregedor. Além de corregedor é professor de
português. O senhor é um mestre, inteligente, muito obrigado, Ver. Valter
Nagelstein. O senhor é um verdadeiro mestre, o deus da Câmara de Vereadores.
Então, Vereador, o senhor quer que autorizemos cem
milhões de dólares. Como vamos autorizar cem milhões de dólares, se já
autorizamos, no Pisa, 586 milhões de reais, que estão sob suspeita - e eu não
fiquei convencido pelo Secretário de que a licitação foi feita de forma
correta. O Secretário falou que teve, sim, conversas com as empreiteiras antes
da licitação. Ficou claro, ontem, ou não ficou claro que ele conversou? Ficou
claro nas palavras do Secretário Tatsch que ele conversou, sim, com empreiteiras
antes do processo licitatório.
Então, Ver. Valter Nagelstein, essa licitação do
Pisa tem que ser interrompida! Não dá para continuar! Não podemos aprovar novos
investimentos e novos financiamentos na Cidade enquanto nós não esclarecermos
os fatos do Pisa. CPI já,
sim, Ver. Valter Nagelstein!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MARIA
CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, o Requerimento que eu havia
anunciado e que já elaboramos tem o seguinte teor (Lê.): “Considerando que
nesta semana houve uma reunião da CEFOR, chamada a intervalo de tempo
curtíssimo, sem direito à palavra aos Vereadores que não compõem aquela
Comissão, conforme o previsto no art. 34, inc. V e VII do Regimento, sem acesso
também à imprensa; considerando que esta não é tradição desta Casa, que fere os
princípios democráticos, desrespeita as prerrogativas de cada Parlamentar, que
inibe a responsabilidade deste Legislativo de fiscalizar os atos do Executivo,
solicitamos que a CEFOR faça nova convocação do Secretário Cristiano Tatsch,
agendada previamente, com a possibilidade da participação de todos os
Vereadores e acessível à imprensa”. Assinam os Vereadores da oposição: Verª
Maria Celeste; Verª Sofia Cavedon; Ver. Carlos Todeschini; Ver. Engenheiro
Comassetto; Ver. Aldacir José Oliboni. Assinam também o Líder do PSOL, Ver.
Pedro Ruas e a Verª Fernanda Melchionna.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Maria Celeste e demais Vereadores signatários
desta matéria, primeiro, essa é uma matéria de competência da Comissão; eu, portanto,
recebo, determino a autuação imediata e declino competência para que o
Presidente da CEFOR manifeste-se, e com certeza o fará, sobre a matéria aqui
requerida. Não há nenhum impedimento de fazer isso em Plenário. É legítimo;
porém a competência é da CEFOR. De imediato, determino a autuação.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09, por cedência de tempo do Ver. Marcello Chiodo.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu também quero falar para o Líder
do Governo que não me corrija, porque eu, mesmo sendo de oposição - foi o Ver.
Mauro Pinheiro que falou a palavra errada -, sou dono de falar errado também,
Vereador, aqui o senhor não pode estar querendo nos corrigir, Vereador!
(Palmas.) Agora quero dizer também da oposição, do verdadeiro ranço que eles
têm. É uma loucura! Vou dizer um detalhe: isso é um ranço! E estão apaixonados
pelo Pisa. Eu aconselharia, Sr. Presidente Sebastião Melo, que se conseguisse a
cópia do que falou o Secretário Flávio Presser no dia em que esteve aqui, e
desse para o Comassetto. E mais: quero sugerir à Bancada de oposição - ao Ver.
Todeschini, Ver. Oliboni, Ver. Mauro Pinheiro, Ver. Comassetto - que pegasse e
ficasse este feriado todo escutando, escutando, escutando, escutando... Vocês
já viram que não tem nada! Não tem nada! Isso eu vou lhe dizer, Ver. Mauro
Pinheiro, com todo o respeito, já foi esclarecido. Até uma pessoa que seja
leiga, ouvindo aquela gravação que o Ver. Comassetto trouxe, vai tirar uma
conclusão. Se o senhor me apresentasse números, quanto estão levando, eu queria
saber, Vereador, se o senhor tem isso, aí eu seria o primeiro a assinar a CPI.
Mas o senhor não tem comprovação nenhuma, Vereador, o senhor não pode estar
acusando as pessoas; é feio, Ver. Todeschini!
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa permite um aparte?
O SR. ALCEU
BRASINHA: Não vou lhe dar aparte, porque o senhor não me deu, e eu tenho que me
defender aqui, está bom, Vereador? (Palmas.) Mais ainda: aqui nesta tribuna,
vêm, falam o que querem, fazem o que querem, enfim. Mas, Ver. Haroldo de Souza,
com toda a minha simplicidade, com toda a dificuldade que tenho, eu tenho
certeza absoluta de que o Prefeito Fogaça quer o melhor para a Cidade. Mais
ainda: os Portais da Cidade vão beneficiar milhares de trabalhadores, milhares!
Será que vocês não viram ainda isso? Será que vocês, só porque não foi projeto
de vocês, acham que é ruim o Projeto dos Portais da Cidade? Será, Ver.
Comassetto, que o senhor não pensa naquelas pessoas que mais precisam, que andam
de ônibus?
(Aparte antirregimental.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: O senhor não pensa isso, Vereador, porque V. Exa é contra o
Projeto, Vereador. O senhor que defende o meio ambiente, que tanto viajou para
o outro lado do mundo várias vezes, é contra um Projeto que vai beneficiar a
Cidade, vai tirar a poluição do Centro! Isso é muito importante!
A Sra
Fernanda Melchionna: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Brasinha, me alegra, neste momento, ver a sua preocupação com
as pessoas que utilizam o transporte coletivo. Em fevereiro deste ano, quando
houve um aumento abusivo das passagens, eu lamentei a sua opinião, como a da
maioria dos Vereadores, que dizia que era um aumento justo o que incidia sobre
o valor das passagens do transporte coletivo, elevando em quase 10%, passando
para 2 dois reais e 30 centavos, que é o que todos os usuários pagam, sob a
lógica dos lucros dos empresários. Nós precisaremos desse seu posicionamento em
defesa dos usuários, agora, em fevereiro, quando as empresas quiserem aumentar
o valor da passagem.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Vereadora, por contribuir. Voltando aos Portais da Cidade,
que é bom para a Cidade. Certamente, se o Projeto fosse de vocês, vocês
estariam plenamente satisfeitos. Mas eu queria aconselhar o Prefeito Fogaça a,
quando o Executivo mandar um projeto para cá, pegar o conselho do Ver.
Todeschini. Nós temos que eleger o Ver. Todeschini como conselheiro do
Prefeito, porque é ele que sabe tudo, é ele que faz tudo! E é verdade, V. Exa
asfaltou quase Porto Alegre toda! E V. Exa colaborou com a Cidade em
relação ao meio ambiente, poluiu a Cidade, pois V. Exa encheu os
postes de faixas! V. Exa é quem mais sabe de Porto Alegre, V. Exa
conhece todos os postes que existem em Porto Alegre! É verdade, Vereador!
Quantos postes tem na Cidade, Vereador, me responde! O senhor que está rindo,
Vereador, me responde, Vereador! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, nossos telespectadores e ouvintes, eu começo - e gostaria da atenção
toda especial do nosso Presidente Sebastião Melo - com uma mensagem trazida pela
estimada e querida Verª Sofia Cavedon, na sua mensagem natalina; uma belíssima
mensagem (Lê.): “Não acabarão com o amor, nem as rusgas, (...) e faço um
juramento: amo, firme, fiel e verdadeiramente”. Maiakovski. Eu amo fiel, firme
e verdadeiramente o cidadão e a cidadão de Porto Alegre. E, para isso, nós
precisamos estar nas nossas instituições, principalmente quando representamos o
nosso povo, a nossa gente, com toda a serenidade e a responsabilidade que a
questão requer.
Sobre o episódio de ontem, a Verª Maria Celeste
disse agora, pela manhã, recentemente, que o pessoal vai se esconder na CEFOR.
Foi bastante dolorida essa observação, até porque, na CEFOR, ninguém se
esconde. A CEFOR funcionou bastante bem este ano, e aqui quero prestar a minha
homenagem e gratidão aos Vereadores que dela participaram - Ver. João Dib, Ver.
João Nedel, Ver. Elias, e o meu estimado amigo Ver. Mauro Pinheiro -, que
souberam todos, com bastante responsabilidade, agir. Em primeiro lugar, quero
dizer que é preciso contextualizar. Na tarde de anteontem, pedi aos Vereadores
da CEFOR que fizéssemos uma reunião ontem, pela manhã, para definir a decisão
que já tínhamos tomado de convidar o Secretário da Fazenda para estar aqui. Era
uma decisão já tomada. A partir disso, não poderia eu, sob pena de me tornar um
extraordinário irresponsável e inconsequente, convocar Secretários sem antes
definir com os membros da Comissão qual seria o horário desse encontro, porque
assim fizemos durante todo o ano. E ontem, como seria a última Reunião, eu não
faria diferente. Combinamos que o Secretário viria à tarde, e o Secretário nos
falou que ele não poderia...
(Aparte antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
O SR. AIRTO
FERRONATO: Claro, nós consultamos antes, inclusive. O Secretário nos falou que não
poderia estar por mais do que uma hora, porque teria outro compromisso e
estaria modificando a sua agenda, assim como eu também. Então, a partir disso,
ficou uma reunião de uma hora. O tempo foi curto? Talvez tenha sido, mas os
Vereadores que estiveram presentes, que me pediram a palavra, a todos eu a
concedi. E claro que houve uma definição no sentido de que não falariam demais
por questão de tempo, mas se tivessem pedido, eu cederia esse tempo, até pela
liberdade, pela reforma democrática como sempre tivemos.
Para concluir a questão, com relação aos Portais,
eu sou pelo Metrô, que é o caminho de Porto Alegre. Agora, filio-me à posição
do Ver. Beto Moesch, vou votar favoravelmente ao Portal pelas razões expostas
por diversos Vereadores, mas muito especialmente pelo Ver. Beto Moesch. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
o PLE nº 038/09.
O SR. PEDRO
RUAS: Caro Presidente, Ver. Sebastião Melo, que preside esta Casa e esta
Sessão; Vereadoras, Vereadores e público que nos assiste, há algumas
observações que nós, necessariamente, precisamos fazer num dia como o de hoje.
A primeira, esta é uma matéria que merece colocações importantes das nossas
posições, mas que, lamentavelmente, já está decidida a sua aprovação; sabemos
qual é a posição da base do Governo, portanto, o resultado. Agora, as coisas
não podem passar em branco e temos a obrigação de fazer alguns registros, sendo
que um deles, Ver. Beto Moesch, com relação ao transporte hidroviário de
passageiros - há uma Lei de autorização para o Executivo Municipal, de 1989;
são 20 anos, e nenhum Governo implantou. Mais, com relação aos Portais - e aqui
vou chegar ao primeiro ponto, de novo -, há tantas medidas mais baratas que
poderiam ser tomadas, que não são excludentes. Mas nós sabemos, e isso é
importante numa discussão de um Projeto como este, que já se sabe o resultado,
que é a aprovação.
Nesta Cidade, e não é de hoje, é de muitos anos,
lamentavelmente, manda e desmanda a ATP - Associação dos Transportadores de
Passageiros -, e os empresários de ônibus - repito -, mandam e desmandam nesta
Cidade, há muitos anos! Há muitos anos e cada vez mais. Por que V. Exa
acha, Ver. Beto Moesch, que não saiu o transporte pluvial de passageiros,
apesar de ele ser mais barato que o transporte convencional, não precisar
cuidar do leito, não tem engarrafamento, ter quase custo zero, pois é mediante
concessão? Porque a ATP não quer!
Quando se fala em Portais, ninguém fala na fiscalização
do Centro, que é barata, é gratuita, os fiscais já estão lá. E não se fiscaliza
a hora que saem e chegam os ônibus, Ver. João Dib. Aí vêm dizer que há
necessidade de passar um cheque em branco! Será passado, nós sabemos, mas não
digam que não houve alertas e registros nossos. E não digam - e aqui falo pelo
PSOL, em relação a mim e à Verª Fernanda Melchionna - que não temos coerência
nessas cobranças.
Em 1987, Vereadores e Vereadoras, eu tive um
Projeto transformado em Lei, conhecido como Lei do Troco, até hoje em vigor em
Porto Alegre, que tinha - e eu era do PDT, Ver. Pujol, V. Exa se
lembra -, completa oposição do Prefeito de então, Alceu Collares, completa
oposição! Tivemos de derrubar o Veto de S. Exa, aqui.
Em 1993, o Prefeito era Tarso Genro, e este
Vereador, Líder do PSOL hoje, liderou o movimento para impedir - o Luiz Afonso
lembra - a colocação do Sambódromo, de toneladas de concreto aqui no Parque da
Harmonia, e vencemos.
Então, não venham, Vereadores e Vereadoras, nos
cobrar que em relação ao Prefeito José Fogaça temos algum tipo de má vontade
além da conta. Não! Nós temos é coerência, nós temos é compromisso com a Cidade
e nós agimos, em relação ao Prefeito Fogaça, como agiríamos em relação a algum
do PT, do PDT, do PPS, de qualquer Partido! E não vamos aceitar que nos
coloquem a pecha de intransigentes, a não ser que seja uma intransigência para
defender a Cidade - essa teremos sempre.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu tenho um grande apreço por V. Exa ...
O SR. PEDRO
RUAS: É recíproco, Vereador.
O Sr.
Reginaldo Pujol: Mas não posso deixar de fazer este aparte para
ressalvar situações. V. Exa faz uma afirmação muito grande, muito
forte, dizendo que a ATP, a Associação dos Transportadores de Passageiros,
manda nesta Cidade.
O SR. PEDRO
RUAS: É a nossa posição, Vereador.
O Sr.
Reginaldo Pujol: Eu acho que eu não moro nesta Cidade, porque em
mim ela não manda, e eu sou uma pessoa que tenho a maior tranquilidade em
dizer, para mim não tem nenhum risco dizer que eu tenho, entre os dirigentes da
ATP, grandes amigos, pessoas que, inclusive, eu tenho um relacionamento muito
carinhoso com eles. Mas, dizer que manda, deve mandar em alguém, mas não em
mim. As minhas posições aqui são determinadas pelas minhas convicções pessoais,
políticas, claramente expostas, sem nenhum preconceito, na maior transparência
possível.
Então, esse protesto eu quero fazer.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu agradeço pelo aparte, sempre inteligente de V. Exa.
Concluo, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: a
nossa posição é esta, não é à toa que qualquer pensamento de aumento da tarifa
de ônibus da ATP se transforma em realidade, e não é à toa que não existe, até
hoje, Ver. Beto Moesch, o transporte fluvial de passageiros em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLE nº 038/09.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós temos a
consciência tranquila de que quando votamos contrariamente - Ver. Brasinha e
Ver. Elias, que nos critica nesse sentido -, é porque fazemos as nossas
avaliações e temos a nossa responsabilidade com a Cidade.
Sobre o Cais do Porto, nós sonhávamos com um
Projeto mais humanizado, mais equilibrado, sustentável ambiental e
culturalmente, e por isso nos posicionamos contrários. Fizemos contribuições,
algumas Emendas importantes, como a não possibilidade de residência.
Agora, de novo, nós nos defrontamos, e aqui eu
quero falar, Ver. Presidente, sobre o papel deste Legislativo, porque, no
Projeto Integrado Socioambiental, por três vezes o Governo mandou o Projeto
para cá, alterando as autorizações de crédito; por três vezes ele se
comprometeu no papel em enviar os Projetos para esta Casa. E é um acinte e um
desrespeito com o papel que nós temos que cumprir, enquanto Vereadores, de
fiscalizar. Ele não enviou, em nenhuma das vezes em que se comprometeu. E mais
uma vez, Ver. Dib, vem para cá um pedido de autorização de contratação de
crédito com um volume importante, que compromete as finanças do Município, que
compromete recursos públicos, e que não tem documento oficial nesta Casa que
diga que projeto é este; não tem, apresentem-me! Não será uma matéria paga na
revista Veja que informará os nobres Edis, ou é isso que informa os Vereadores
para votarem.
Eu tenho um material que foi entregue há alguns
anos - é um material que eu tenho como informação - sobre o que nós
perguntamos: quem realizou, quem pagou, à época, que diz que os Portais serão no
Largo da Epatur, Ver. Ervino - este é um material que eu tenho. E o correto é
que no Processo venha o material, porque não é contratação de projeto, nem
estudo, é a realização de obra. Não será isso um desrespeito com esta Casa? Se
esta Casa tem essa desinformação, que dirá a população, Ver. Brasinha! A
população sabe se vai subir um portal em frente ao seu espaço comercial, Ver.
Mauro? Se é em frente, na Av. Azenha, os comerciantes da Av. Azenha eram
contra, porque um pequeno shopping center,
que era o modelo proposto quando nos informaram, destrói o comércio de rua,
destrói o comércio de rua! E nós defendemos o comércio de rua, porque é
qualidade de vida, é segurança, é a característica da Av. Azenha, que é
maravilhosa; ninguém nos informou que isto mudou!
Então, é um cheque em branco, mas não é ao Prefeito
Fogaça, é ao destino da Prefeitura de Porto Alegre, é para uma política de
Estado que estamos votando, não um Prefeito de ocasião. Então, esta é a
responsabilidade que este Legislativo tem que ter com o que faz. Nós somos
impedidos de votar com segurança. Eu me sinto, Presidente, impedida de votar
com segurança, e tenho que votar contra, porque o Projeto não vem instruído;
são 250 milhões, esta é a nossa conta, de novo!
O Sr. Ervino
Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Minha
cara Verª Sofia, com todo respeito, para que eu possa entender, V. Exas
votaram contra o Portal do Estaleiro, a metade votou contra o Plano Diretor,
contra o Cais do Porto, contra tudo, Vereadora. Mas, se vocês amam esta Cidade,
para que eu possa entender, de que forma vocês amam esta Cidade? Vocês votam
contra tudo!
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Ervino, isso significa que nós não estamos satisfeitos com esses
Projetos que o Prefeito Fogaça encaminhou; sobre o Plano Diretor, nós temos a
nossa avaliação e já conversamos sobre isso.
O Sr. Nilo
Santos: V. Exa permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª
Sofia Cavedon, nós vamos despoluir o Centro com esses Portais...
A SRA. SOFIA
CAVEDON: O senhor tem documento nesse sentido? O senhor tem documento do
Prefeito, dizendo que Projeto é esse?
O Sr. Nilo
Santos: Quantas viagens serão retiradas do Centro da Cidade. Parece-me que a
senhora está seguindo a mesma linha da Ministra Chefe da Casa Civil, quando ela
declarou que o meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao desenvolvimento
sustentável. Parece que a senhora está seguindo a linha dela. O meio ambiente,
realmente, é uma ameaça!
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Nilo, se V. Exa e o PTB, com quem eu tenho convivido e
respeito, se V. Exa está seguro e não exige um documento, eu não
posso fazer isso. Eu não posso! É um crédito enorme; a Cidade vai contrair um
empréstimo e vai pagar em muitos anos, e nós não sabemos qual será o destino
disso.
Eu quero encerrar, dizendo o seguinte: esta Casa,
lamentavelmente, não está investigando as suspeitas de outro Projeto que
votamos com a promessa de o Governo apresentar os Projetos aqui. Suspeitas,
porque têm fitas, a Polícia Federal vai investigar; e nós, de novo, vamos dar
um cheque em branco e sermos omissos, sermos coparticipantes duma insegurança
colocada na Cidade, da possibilidade de corrupção, de desvio de recurso
público. É isso que está colocado. O Prefeito que apresente, Ver. Dib, o senhor
sempre exigiu dos Governos da Frente Popular os projetos, o impacto financeiro,
a localização. Não temos, como votaremos? Como exerceremos o nosso mandato de
Vereadores, de fiscalização? Não tem como! O Projeto não está instruído.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo o Requerimento de autoria da Verª Maria
Celeste que solicita votação em destaque das Emendas nºs 01, 02, 03
e 04 ao PLE nº 038/09.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLE nº 038/09.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, quero fazer
algumas considerações preliminares pelo o que eu tenho escutado aqui. Quero,
primeiro, Ver. Pujol, dizer que a ATP não manda em mim, e as minha contas estão
lá no TRE mostrando isso. Eu não recebi recurso da ATP. Agora, não sei se
outros Vereadores, que tão fortemente falam da ATP, se não receberam.
Ver. Ervino, o senhor colocou muito claramente a
posição que nós temos visto aqui da Bancada do PT. A pergunta que eu quero
fazer e aí faço especificamente ao Projeto do PSF: Por que não foi resolvida
essa terceirização do PSF nos 16 anos antes? Por que essa Gestão resolveu o
problema? Porque, certamente, não se tinha interesse em resolver!
Quero dizer que a periferia da Cidade precisa de um
novo sistema, de um sistema modal moderno, capaz de responder às necessidades.
Nós, Ver. Ervino, que observamos a periferia, que moramos lá, que trabalhamos
lá, as principais queixam são, sem dúvida nenhuma, o transporte coletivo e a
Saúde. É fundamental que se possa dar resposta a isso! A gente não pode mais
esperar pelo metrô, porque o metrô não vem! Eles nos iludiram com o metrô! O
metrô não vem mais! Então, é fundamental que a Prefeitura tome à frente e
resolva a situação, caro Ver. Ervino.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Thiago, primeiramente, quero saudar o pronunciamento de V. Exa, e
quero dizer que nós, quando assumimos, prestamos um juramento de cumprir o que
determina a Lei. Só que há alguns pronunciamentos, Vereador, de alguns
Vereadores, que acho equivocados, porque, ao invés de amar esta Cidade, em
algumas colocações, parece que odeiam esta cidade de Porto Alegre. Sou grato a
Vossa Excelência.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Obrigado, Ver. Ervino. É fundamental que nós possamos
falar da acessibilidade; Ver. Oliboni.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
colega Ver. Thiago, V. Exa falou em PSF; V. Exa falou que
é um avanço para a Cidade. Vejam só, V. Exa, que mora no Extremo
Sul, sabe que todos esses cidadãos da Região Sul virão para o terminal ali
próximo ao Internacional. Vossa Excelência concorda com essa baldeação
semelhante à que foi feita no Governo Villela, que não deu certo?
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sem dúvida nenhuma, Ver. Oliboni! A população do
Sul e do Extremo Sul da Cidade solicita isso, principalmente quando, em
Audiência Pública, na presença da EPTC, disse que deseja - a população do Lami,
do Lajeado, e do Belém Novo disse que deseja uma linha que saia do Lami, passe
pelo Lajeado e vá até o Cristal. Ela estará contemplada nessa possibilidade.
Quero dizer que o objetivo de tudo isso é retardar
a votação, é retardar a aprovação do Projeto, porque, senão, muitos dos
colegas, infelizmente, vão perder o discurso na periferia, porque vão lá para
achincalhar os agentes públicos, e aí tem que se fazer uma ressalva à EPTC que
tem corrigido diversas situações que antes não executava bem. Então, esses
colegas Vereadores, na periferia da Cidade e em muitas situações, vão perder o
discurso. O Ver. Waldir Canal estava lá e sabe do que eu estou falando. Sem
construção, destruindo, não vai se conseguir construir ou melhorar a cidade de
Porto Alegre. Sem o espírito de construção, sem revanchismo, sem ódio, não vai
conseguir se melhorar a saúde pública e o sistema de transporte da Cidade.
Muito obrigado. Vamos à votação e vamos à aprovação deste Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação o
PLE nº 038/09. (Pausa.) O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para encaminhar
a votação do PLE nº 038/09.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público
que nos acompanha aqui das galerias; de fato, eu fui não só o Relator deste
Projeto aqui na Câmara como também tive a oportunidade de ser Relator na
Comissão do Plano Diretor, presidida pelo Ver. João Antonio Dib, justamente no
que trata essa matéria, e uma delas foi: Estratégias de Mobilidade da Cidade. O
que se percebeu, realmente, é que nós não tivemos nesta revisão condições, nem
por parte do Executivo, muito menos nesta Casa, de discutir mais profundamente
a questão da mobilidade. Tivemos a oportunidade de discutir os Projetos que aí
são colocados para o debate. Um deles é Projeto dos Portais; recebemos aqui o
Executivo, com a presença do Secretário Clóvis. Também tivemos a oportunidade
de receber aqui a Metroplan, a Trensurb, enfim. E conhecer, mais profundamente,
os Projetos que estão aí colocados.
De um lado é consenso de todos nós, não vejo vozes neste plenário de que o metrô não seja a alternativa melhor, mais desejada por todos nós porto-alegrenses. Nós gostaríamos, seria o ideal que a Cidade realmente investisse nesse grande Projeto que a Cidade tanto espera.
Talvez este seja o grande gargalo que teremos que
discutir para os próximos anos. Temos aí um grande evento, para o qual a Cidade
quer estar preparada em 2014, que é a Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, convivemos
com essas milhares de viagens de ida e volta, Ver. Haroldo, convergindo todas
ao Centro de Porto Alegre. E dentro desse cenário, de que o ideal seria o
metrô, mas que o possível, o que se apresenta pelo Executivo neste momento são
o Portais, nós temos que enfrentar isso com uma discussão ampla. Ao mesmo
tempo, não podemos “deixar o cavalo passar encilhado”.
Eu quero relembrar - e isso me conforta, porque
todo Projeto desse tamanho deixa muitas dúvidas na sua realização - que, se
houve um debate em que oposição e situação travaram no processo eleitoral, esse
foi o Portais da Cidade. Nesse se teve a oportunidade de fazer um confronto de
ideias. E ali a Cidade decidiu qual o projeto que entendia que era possível,
qual era viável, optando pelo projeto do Prefeito José Fogaça, embora haja
dúvidas sobre qual seria o melhor projeto, embora a Cidade sonhe em ter metrô
como qualquer outra cidade do porte de Porto Alegre sonharia ter para a sua
mobilidade. Agora, o que a Cidade escolheu foi este projeto, o projeto
apresentado pelo Prefeito José Fogaça. E isso me conforta e me deixa tranquilo,
porque foi essa a grande polarização da eleição passada. E definiu pelo
Prefeito Fogaça, definiu por este projeto.
Eu tive a oportunidade de ser Relator deste
Projeto, que autoriza o financiamento para que a Cidade possa investir os 100
milhões de dólares, mais as contrapartidas que o Município tem. Nós teremos, ao
longo desse processo, outras várias questões para discutir, não só os Portais
das regiões, mas audiências públicas, e esta Casa terá a oportunidade, junto
com a sociedade, de fazer um belo debate, de esclarecer as dúvidas e aprimorar
este Projeto no andamento desta discussão. É neste sentido que a Bancada do PDT
vota, reconhece a vontade popular neste processo, e, ao mesmo tempo, encara
como possível, não como ideal, o Projeto dos Portais, e é por isso que a
Bancada do PDT irá votar a favor do Projeto dos Portais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 038/09.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
encaminho, em nome da minha Bancada, da nossa Líder, Verª Maria Celeste e
demais membros, porque muitas coisas foram ditas aqui - e cada um diz o que
quer, mas acho que envergonham a Cidade. Ver. Ervino, quando o senhor diz que
fizemos um juramento, é verdade; nós fizemos um juramento, e, nas nossas
atribuições, está o papel de fiscalizar o Executivo, e não fazer papel de
capacho, de dizer amém a tudo. Esta é a questão, esta é a diferença, porque
este Projeto é muito ruim, afirmo e digo, e isso não tira o mérito da fala do
Ver. Beto Moesch, que diz o seguinte: “Não sou contrário que se contraia
financiamentos para fazer estudos e melhorar o transporte”. Se fosse isso, eu
seria a favor. O problema é que está sendo solicitada autorização para a
contratação de obras de uma concepção já determinada, que prevê a construção de
não sei quantos terminais, porque cada vez muda, pois é um cheque em branco que
estão pedindo.
Agora li na revista Veja uma publicidade do Governo
de Porto Alegre, e não sei qual é o interesse em se projetar no Brasil, mas
talvez a um custo muito significativo para a Cidade, e é disso que estamos
falando, estamos falando do bom cuidado, do bom emprego e da necessidade de
fiscalizar a aplicação do dinheiro público, dos recursos públicos. Este Projeto
é um Projeto preconcebido, que excluiu o metrô, que é um sistema que deveríamos
buscar. Excluiu o metrô, Ver. João Dib, porque lá no Ministério do Planejamento
chegaram as duas propostas, e o Governo de Porto Alegre disse: “Nós queremos os
Portais”, cujo traçado era coincidente, cujo traçado era o mesmo, e quem fez a
opção pelos Portais foi, sim, o Governo de Porto
Alegre! V. Exa deveria se informar melhor, Ver. Haroldo, busque
informação, que isso é útil para a Cidade.
Agora, não venham
aqui querer dizer que todos os Vereadores aprovaram e deram uma carta em branco
para o Prefeito, porque a Bancada do PT não dará! Não dará, porque esse Projeto
é muito ruim para a Cidade.
A integração é boa,
deve ser feita, mas não com investimento, não com gasto de 500 milhões de
reais. Está errado isso, é dinheiro público! É dinheiro que falta na Habitação!
É dinheiro que falta na Saúde, Ver. Dr. Thiago! E esse Projeto só foi aprovado
graças ao trabalho que nós fizemos aqui, com o movimento, com a COSMAM, com os
Agentes de Saúde da Família! É por isso que algumas coisas foram arrancadas a
fórceps desse Prefeito, porque quase nada acontece, a não ser grandes negócios
na Prefeitura! Grandes negócios como esse “elefante branco” do Camelódromo, do
Centro Popular de Compras, onde a maioria está tendo dificuldade para
sobreviver. E os Portais têm, infelizmente, quase a mesma concepção: uma obra
gigantesca, uma obra que vai custar aos cofres públicos e à cidade de Porto
Alegre uma montanha de dinheiro, dinheiro que não tem, porque falta tudo, e
mais, é um Projeto atrasado, porque ele está concebido sobre rodas, está
concebido unicamente no transporte de veículos motorizados, com grande consumo
energético, com grande potencial poluidor. E para fazer a integração não
precisa de obra, não precisa fazer os terminais. Em todo o mundo desenvolvido a
cidade é concebida a partir do transporte coletivo e, depois, se organiza a
habitação.
Então,
lamentavelmente, nós temos aqui a orientação, a forçação de uma única proposta,
que sabemos - o Ver. Pedro Ruas falou muito bem - está aprovada, porque aqui a
maioria é submissa ao Governo. Mas não terão isso da Bancada de oposição. Não
terão isso da Bancada de oposição! Nós não aceitamos essa submissão cega que
aqui é feita, que aqui tem trilhado e presidido as relações! Nós temos opinião
e temos de prestar conta para a nossa base social, que é a que está preocupada
com a inclusão social, com a melhoria da qualidade de vida de toda a Cidade.
Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 13h42min.)
* * * * *